Existem sérias dúvidas sobre a razoabilidade do negócio de compra de acções da Cimpor, por parte da CGD, ao empresário Manuel Fino. Dúvidas não só legítimas como pertinentes em face do que é público sobre o teor desse negócio. Eu, pelo menos, tenho-as, mas devo confessar que o meu conhecimento de Bolsa e Banca – que é algum mas não aprofundado - não me permite ter dados suficientes para formar opinião. Para as esclarecer, o CDS-PP solicitou a presença do Presidente da “Caixa” na Assembleia da República, pretensão à qual a maioria deu provimento. Ainda bem. Faria de Oliveira terá assim possibilidade de esclarecer os deputados e os cidadãos sobre a compra de acções nas condições conhecidas e estes de aquilatar da oportunidade e “bondade” do negócio para o banco público e para o país, com todas as suas consequências. Também políticas, pois claro. A democracia funciona (ou deveria funcionar) assim.
4 comentários:
Deveria funcionar assim mas, sabe-se, não funciona.
Acresce que estes responsáveis quando chegam à Assemblei da República têm "inocentes", "loureiros", "normais", o trabalho é muito, lapsos de memória.Lendo em diagonal pareceu-me José Sócrates ter dito que desconhecia os negócios da Caixa. É capaz de ter razão. O responsável deve ser aquela simpática moça qie, todos os meses, quando vou buscar o programa da Cinemateca à cultur gests, diz-me bom dia e sorri...
Mas calma, Gin-Tonic. Por enquanto, não é claro (para mim não o é) que o negócio seja assim tão mau para a CGD, independentemente de 1º ministro o conhecer ou não - ou assobiar para o lado. Acho que o fez por a operação ser complexa e ele não estar preparado para responder. Mas Teixeira santos já o devia ter feito, até pq é dos tais casos que se presta a populismos.Vou ler o comunicado da CGD (ainda não o fiz) e aguardar pelos esclarecimentos de Faria de Oliveira para formar uma opinião definitiva. Para já - e pelo que sei - até pode não ter sido má opção. Anda por aí demasiada gente a falar do que não percebe ou então de má fé. Para já, uma questão: se a CGD quisesse comprar aquelas acções no mercado, nunca o conseguiria fazer pelo seu valor de bolsa da altura, mas por um preço bem superior, eventualmente idêntico ao preço não mtº difrente daquele por que comprou a M. Fino. A procura e o facto de darem poderes de controle da CIMPOR levaria à sua imediata subida. E como as acções estavam mtº baixas, a CGD nunca conseguiria recuperar o valor do empréstimo (as acções tinham sido dadas em garantia). Assim, existem algumas hipóteses de o fazer. E quanto a ter concedido empréstimos para a compra de acções do BCP (salvo erro foi o que se passou) e assim "comprar votos", acho espantoso que quem defende um maior controle do Estado sobre a Banca venha agora pôr a operação em causa. Que os ultra-liberais o façam, entendo... Mas, como disse, reservo uma opinião definitiva para depois de ouvir Faria de Oliveira, até pq não sou um especialista em mercado de capitais.
Quanto ao caso Dias Loureiro, as assinaturas provam que mentiu e, por isso, o facto de se lembrar ou não é irrelevante. O BPN, para além de uma questão política, é um caso de polícia!
Bom, vamos lá sofrer hoje mais um pouco!
Obrigado pelos esclarecimentos, JC Não percebo de finanças e quem não percebe não deve opinar. Lamentavelmente o populismo tomou conta do teclado. Não devia acontecer mas é o teclado que tenho... Há que redobrar cuidados...
Pois foi... mais um para sofrer e sem necessidade de espécie nenhuma.
Também não percebo nada de preparação física e estou a fugir de populismos...
Um abraço
1. Mas olha que eu próprio ainda não estou mtº certo da bondade do negócio da "Caixa". Mas, por enquanto e com os elementos que tenho (já li o comunicado da CGD mas não adianta grande coisa), dou o benefício da dúvida suficiente para não entrar no coro populista do "mata e esfola" já. Até pq, como disse, não sou especialista em mercado de capitais, que é uma área mtº específica e complexa. Como tb disse, aguardo a ida à AR do presidente do Banco (e talvez a oportunidade de falar c/ um ou outro amigo meu expert na matéria) para formar opinião mais baseada.
2. Algum sofrimento, mas o Leixões nada fez para justificar não perder. E tivemos o azar do jogo do n/ lado.
Abraço e bom fds
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