Um amigo dizia-me um destes dias, meio a sério meio a brincar, que não percebia porque tinha a Igreja Católica que se intrometer na questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, já que não reconhece o casamento civil. Acrescentava ele que, sendo apenas casado civilmente, mais a mais com uma mulher com um matrimónio (católico, portanto) anterior, à luz da Igreja Católica viveria “amancebado”. Em pecado, portanto.
Bom, a questão deu pelo menos para nos divertirmos um pouco com a ideia dele e a mulher viverem em pecado há quase trinta anos (tantos quanto dura o casamento), mas, falando mais seriamente, disse-lhe que não teria razão. Vejamos.
A Igreja sempre tentou - e faz parte da sua luta pela sobrevivência - estender a sua influência a toda a sociedade, fazendo prevalecer nesta, sobre a égide da moral, os seus comportamentos e valores. Quando não o consegue ou nisso sente dificuldades, entra em “crise” - mais ou menos o que passa actualmente nos países mais desenvolvidos. Durante anos lutou contra o casamento civil. Sem sucesso, como se sabe. Depois, durante o Estado Novo, conseguiu ver reconhecida pela Concordata a impossibilidade de casamento civil para quem tivesse contraído matrimónio (católico) anterior. Apenas após o 25 de Abril (esta, de facto, uma enorme “conquista de Abril”) matrimónio e casamento civil ganharam efectiva autonomia. Agora, no caso do casamento homossexual, tenta de novo a sua “chance”, esforçando-se, uma vez mais, por tentar fazer valer e adoptar no casamento civil os valores que atribui ao sacramento do matrimónio. Sabe não será bem sucedida, mas mantém-se assim fiel aos valores que definem a sua identidade. Ganha em coerência o que perde em proselitismo. Neste aspecto, muito pouco a distingue do PCP.
Bom, a questão deu pelo menos para nos divertirmos um pouco com a ideia dele e a mulher viverem em pecado há quase trinta anos (tantos quanto dura o casamento), mas, falando mais seriamente, disse-lhe que não teria razão. Vejamos.
A Igreja sempre tentou - e faz parte da sua luta pela sobrevivência - estender a sua influência a toda a sociedade, fazendo prevalecer nesta, sobre a égide da moral, os seus comportamentos e valores. Quando não o consegue ou nisso sente dificuldades, entra em “crise” - mais ou menos o que passa actualmente nos países mais desenvolvidos. Durante anos lutou contra o casamento civil. Sem sucesso, como se sabe. Depois, durante o Estado Novo, conseguiu ver reconhecida pela Concordata a impossibilidade de casamento civil para quem tivesse contraído matrimónio (católico) anterior. Apenas após o 25 de Abril (esta, de facto, uma enorme “conquista de Abril”) matrimónio e casamento civil ganharam efectiva autonomia. Agora, no caso do casamento homossexual, tenta de novo a sua “chance”, esforçando-se, uma vez mais, por tentar fazer valer e adoptar no casamento civil os valores que atribui ao sacramento do matrimónio. Sabe não será bem sucedida, mas mantém-se assim fiel aos valores que definem a sua identidade. Ganha em coerência o que perde em proselitismo. Neste aspecto, muito pouco a distingue do PCP.
Sem comentários:
Enviar um comentário