Claro que depois do episódio da localização do novo aeroporto, a manutenção de Mário Lino no governo só me faz lembrar o filme de Gus van Sant “To Die For” (em português “Disposta a Tudo”) ou a anedota que referia tudo o que um grupo de escuteiros seria capaz de fazer para conseguir obter um canivete suíço, mas colocar agora o centro do debate, o foco, na questão da remodelação governamental, não é política, é mais “coscuvilhice”. No limite, petite politique, que é o que este país tem de sobra e não de falta. O foco do debate deverá ser colocado, isso sim - e cada vez mais -, ainda na questão do tipo de estrutura aeroportuária a construir, no papel da Portela e da articulação com a futura rede ibérica de alta velocidade, o que pressupõe a montante modelos de desenvolvimento diferenciados e antagónicos. E mesmo duas visões diferentes para a Península. É que não se pode dizer que a melhoria dos níveis de educação dos portugueses, o choque tecnológico (seja lá o que isso for) e a Finlândia são os objectivos a atingir e o padrão de referência e, simultaneamente, insistir e reforçar um modelo de desenvolvimento baseado na especulação imobiliária, nas grandes e sumptuárias obras públicas e tendo da integração peninsular de Portugal uma visão megalómana e “lusocêntrica”. Ou melhor, pode: mas a primeira torna-se apenas propaganda.
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