O Sport Lisboa e Benfica terá sido o primeiro clube português, entre os chamados “grandes”, a dotar-se de uma estrutura profissional (de acordo com os conceitos da época, claro), nos anos cinquenta pela mão de Otto Glória. Isso contribuiu decisivamente para a sua afirmação europeia dos anos sessenta e, subsequentemente, para o seu crescimento enquanto clube, em número de adeptos e simpatizantes numa época de boom económico do país e, principalmente, da zona da grande Lisboa e Setúbal. Estávamos numa época em que o financiamento dos clubes era assegurado fundamentalmente pelas receitas de quotização, bilheteira e pelos mecenas e, assim, o Benfica fez crescer o seu estádio até se tornar o maior do país (75.000/80.000 pessoas) e foi pródigo na atracção de personalidades ávidas de notoriedade e poder (os Vieira de Brito, por exemplo). Sendo um clube de raiz mais popular do que o Sporting, por exemplo, a sua gestão e intensa vida associativa, principalmente nos períodos eleitorais, reflectiam isso mesmo, numa época em que esse era o modelo organizacional típico dos grandes clubes ainda muito perto das sociedades recreativas e culturais que tinham estado na base do seu nascimento e lhe eram afins.
Foi este seu perfil e modelo de crescimento que permitiram o seu sucesso, mas que também estiveram na base da sua decadência por inadaptação clara, a partir dos anos setenta, a um novo modelo emergente numa época em que o poder económico e político “viram” conjunturalmente a norte e em que a televisão, patrocínios e merchandising, com a subsequente internacionalização dos clubes/marca, ocupam um lugar cada vez mais importante como fontes de financiamento. É esta sua cultura enquanto instituição, esta sua filosofia de vida qual marca de origem que se lhe cola como se de uma fatalidade se tratasse, que o torna no “grande” que mais dificuldades veio a ter para se adaptar a este “mundo novo”. A capacidade para assim atrair o populismo, com o ror de decisões erráticas e erradas que normalmente lhe estão associadas (e a ampliação do estádio para 120.000 lugares numa época em que a tendência era já a inversa talvez tenha sido apenas a primeira), aparece quase como uma inevitabilidade.
Foi este seu perfil e modelo de crescimento que permitiram o seu sucesso, mas que também estiveram na base da sua decadência por inadaptação clara, a partir dos anos setenta, a um novo modelo emergente numa época em que o poder económico e político “viram” conjunturalmente a norte e em que a televisão, patrocínios e merchandising, com a subsequente internacionalização dos clubes/marca, ocupam um lugar cada vez mais importante como fontes de financiamento. É esta sua cultura enquanto instituição, esta sua filosofia de vida qual marca de origem que se lhe cola como se de uma fatalidade se tratasse, que o torna no “grande” que mais dificuldades veio a ter para se adaptar a este “mundo novo”. A capacidade para assim atrair o populismo, com o ror de decisões erráticas e erradas que normalmente lhe estão associadas (e a ampliação do estádio para 120.000 lugares numa época em que a tendência era já a inversa talvez tenha sido apenas a primeira), aparece quase como uma inevitabilidade.
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