segunda-feira, janeiro 07, 2008

A nova lei do tabaco e os "opinion makers"

Quando vejo o nível de argumentação(?) utilizado por alguns comentadores e opinion makers na sua cruzada contra a lei do tabaco, isto é, na defesa intransigente dos seus privilégios de fumadores e da sua liberdade de obrigarem os outros a inalar o fumo dos seus cigarros, pergunto-me como nos podemos admirar que algumas pessoas humildes e praticamente iletradas protestem contra o facto dos seus filhos irem nascer a Badajoz ou do SNS fechar a urgência(?) lá da terra. No fundo, numa versão moderna da Maria da Fonte oitocentista ou dos protestos um pouco mais recentes contra a mudança do prior lá da paróquia.

O “smoke ban” tem, de facto, ajudado a mostrar um pouco daquilo que existe de pior em Portugal: um país de gente provinciana e ignorante - mesmo quando quer aparentar ter “mundo” e gosta de passar por “estrangeirada” -, por vezes mesmo boçal, ciosa dos seus pequenos privilégios de “casta”, individualista mas desprezando a liberdade, de um conservadorismo feroz, sob a capa de um verniz de progresso mas que estala à primeira investida mais consistente. Mais perto de todos os tropicalismos caóticos do que da estruturada civilização europeia. No fundo, tudo se resume a uma frase por mim ouvida em tempos no “Oporto Golf Club”, em Espinho, a alguém de uma tradicional família do Porto: “gosto imenso de viajar, de ir a Paris e a Londres, mas, a mim, quem me tira a Granja tira-me tudo”. Lapidar...

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