Segundo notícia de hoje do Rádio Clube, quase metade das autarquias querem instalar sistemas de video-vigilância no espaço público. Uma pergunta que gostaria de fazer: quantos desses autarcas (presidentes, vereadores, deputados municipais e outros fregueses), agora candidatos a Big Brother de aldeia, embarcaram no coro contra a ASAE e a lei do tabaco alegando que estávamos perante um atentado às liberdades individuais? Outra pergunta ainda: quando verei os comentadores de “referência” assanharem-se contra o projecto, já não direi tanto como o fizeram a favor das colheres de pau e das bolas de Berlim fritas em óleo requentado, pelo menos com a repulsa que o caso bem merece? Uma última pergunta: quando, no mesmo Rádio Clube, ouvi o general Garcia Leandro, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, afirmar candidamente que no prédio de cujo condomínio é administrador tinham instalado um sistema de video-vigilância e que isso tinha sido decidido em assembleia de condóminos, são mesmo o governo, José Sócrates, os ministros, Cavaco Silva, a UE, o Pato Donald e o Mickey que têm tendências autoritárias e querem vigiar a sociedade e condicionar os cidadãos?
PS. (de post scriptum) Já agora: será que vamos ver presidentes de câmara, vereadores, deputados municipais e outros fregueses tornarem-se, de repente - eles ou, mais provavelmente, as excelentíssimas mulheres, irmãos, primos, tios, sogras, gatos e cães - sócios e accionistas de empresas de venda, montagem e reparação de material de video-vigilância?
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