Em Portugal existe uma enorme tendência para se especular e fazer previsões sobre o mais pequeno acontecimento, desfocalizando daquilo que é realmente importante e significativo, dos factos e da sua análise, o que é meio caminho andado para a falta de rigor e para o erro subsequente. Vem isto a propósito da nova ministra da saúde e das especulações sobre se vai ou não manter a anterior política, se vai ou não fechar urgências, se tudo isto não passa de uma operação de cosmética ou, no limite, de uma plástica com mais ou menos "botox" ou silicone. Deixemos as especulações para quem as alimenta e para os que delas se alimentam. O que se pode dizer pois, factualmente, da nova ministra da saúde? É médica, apoiante de Manuel Alegre e, apesar de formalmente “independente”, tem ocupado cargos nas burocracias política e da saúde por via da seu alinhamento partidário. Convenhamos, analisando estes factos, que curriculum mais antagónico com aquilo que, na conjuntura, seria necessário, dificilmente se poderia encontrar. O resto, o futuro, a Deus pertence, mau grado algumas pitonisas e profetas sempre prontos para umas palavrinhas de ocasião. Já agora, apenas um conselho à nova Srª Ministra: ao contrário do que afirma Constantino Sakelarides hoje no “Público”, o pior que Ana Jorge pode fazer, se quiser prosseguir as reformas - o que, dado o seu CV, duvido queira fazer -, é “ter capacidade para descer ao terreno e falar com as pessoas". Normalmente, isso é o caminho percorrido por quem pretende deixar tudo na mesma.
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