Entre “pretos” e “brancos” continuemos com os primeiros, e com alguém que tinha dupla condição para ser segregado, pois também era homossexual. Little Richard (“The Georgia Peach”), de seu verdadeiro nome Richard Wayne Penniman, nasceu em 1932, ou 1935, numa família de “adventistas de sétimo dia", e cantava gospel e tocava piano numa igreja local. Depois de alguns anos de carreira sem grande relevância, grava, a 14 de Setembro de 1955, para a “Specialty” (uma editora de música negra independente), “Tutti Frutti”, que, originalmente, tinha uma “letra” relativamente obscena que teve de ser “corrigida” para a gravação. O tema venderia três milhões de cópias nos dez anos seguintes, tanto no mercado “negro” como no “branco”, e foi o início de uma série de êxitos (“Lucille”, "Rip It Up", “Long Tall Sally”, "Keep a Knockin' e por aí fora), todos eles pautados pela sua voz rouca e pelos seus falsetes. “Tutti Frutti” teve várias cover versions, sendo as mais conhecidas a de Elvis Presley (já para a RCA) e a “delicodoce” do inenarrável Pat (clean cut) Boone, o boy next door com quem toda as mães não se importariam as filhas saíssem. Ah, aparece em 1956 no resplandescente technicolor do filme de Frank Tashlin "The Girl Can't Help It", um dos primeiros filmes sobre o Rock n' Roll. Bom fim de semana.
3 comentários:
...E eis que a descoberta deste blog se revela uma excelente surpresa. Nostalgia inteligente e muito bom gosto nas opções. (Confesso, a alusão a "Brideshead Rivisited" despoletou um jorro de reminiscências muito gratas.)Parabéns :)
Parabéns Gato Maltês. Acabo de o "descobrir" com gosto.
Obrigado, cara(o) Ariel. Ainda bem que gostou.
All the best.
JC
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