Os portugueses não se interessam pela sua História, ou, tirando o "sua", pura e simplesmente não se interessam por História. Para além de meia-dúzia de "clichés", pouco ou nada a conhecem. Tal não deixará de ter a ver com o baixo nível de instrução da maioria, apesar do enorme progresso registado nas últimas décadas, com uma classe média muito recente e talvez ainda com a falsificação durante muito tempo (e ainda agora, embora em menor grau) ensinada nas escolas. Só assim se compreende o esquecimento a que os "media" votaram o ano de 2011, cinquentenário da invasão do chamado "Estado Português da Índia" e do "annus horribilis" da ditadura do Estado Novo. Só assim se compreende também um certo ostracismo a que está a ser votada a excelente série documental "A Guerra", de Joaquim Furtado, em exibição na RTP1. Teriam sido o tempo e local adequados para lançar alguns debates, mais alguns depoimentos, por exemplo, de quem esteve na Índia ao tempo da invasão, de ouvir historiadores sobre os assuntos. Mas nada. Valha-nos o documentário de Joaquim Furtado (pelo caminho que isto leva, qualquer dia será apenas conhecido como sendo o pai da Catarina) e a iniciativa da RTP de o ter posto no ar a horas decentes. Mas poderia ter feito bem melhor.
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