Eu estou-me nas tintas para que um governo tenha "sensibilidade social". Essa tal "sensibilidade social" tem demasiado a ver com a "caridade", com as instituições de solidariedade social, com os Bancos Alimentares e organizações semelhantes que desenvolvem uma actividade meritória mas que deverá ser sempre supletiva - e quanto mais o for, melhor. Essas organizações não são o Estado, não lhes compete definir e implementar políticas, não representam os cidadãos e a sua vontade democraticamente expressa. O que eu quero é um Estado e governos que, por ideologia e convicção, assumam e implementem políticas que tornem o país mais desenvolvido e mais igualitário, mais culto e instruído, mais solidário sem perda do individualismo e da livre iniciativa de cada um, que elimine a pobreza, que dê oportunidades aos cidadãos - mesmo àqueles que têm problemas graves - para desenvolverem todas as suas potencialidades e capacidades, que premeie os melhores sem deixar de permitir que todos progridam. E não quero que isso aconteça pelo facto do governo ter "sensibilidade social", gostar de proteger os "pobrezinhos" ou os "mais "desfavorecidos, mas por achar que essa é a concepção política-base correcta, aquela a que os portugueses devem ter direito e que deve ser perfilhada para fazer do país um lugar decente e civilizado para os portugueses viverem. Pode parecer que não, mas são duas coisas muito diferentes.
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