No futebol profissional, mesmo no "assim-assim" como o português, não existe equipa ganhadora sem que o clube tenha um modelo de negócio coerente; não existe equipa ganhadora sem que o clube defina objectivos concretizáveis e uma estratégia adequada para os atingir; não existe equipa ganhadora sem que o clube defina uma conjunto planificado de acções passível de concretizar essa estratégia e atingir os objectivos definidos. Só depois vem o treinador, os princípios e modelo de jogo, o sistema táctico e uma política de recursos humanos compatível. Ora o SCP não tem nada disso: abandonou o foco na Academia e na formação, com o consequente despedimento de Paulo Bento, com o mirífico objectivo de lutar c/ o FCP e o SLB com um orçamento mtº inferior e sem capacidade para se financiar; tentou ser um segundo SC Braga com uma cultura e envolvente muito diferentes e sem estarem reunidas condições para tal; vendeu o seu capitão e melhor jogador a um dos rivais (será mesmo?) delapidando a "brand equity" do clube; tem, como disse correctamente José Eduardo Bettencourt, um orçamento demasiado pequeno para lutar pelo título e demasiado grande para ser apenas terceiro; recrutou sem critério coerente e com os maus resultados conseguidos não consegue valorizar os seus activos - e assim sucessivamente. O SCP navega num mar de equívocos e tal acaba por se reflectir na situação financeira do clube e nos resultados da sua equipa de futebol. E, para terminar, com este cenário o populismo arrisca-se a tomar conta do clube. O caldo de cultura está lá, mas muitos sportinguistas preferem falar de Vercauteren, das substituições, da "falta de empenho", dos "media", dos árbitros e sei lá mais do quê. Depois queixem-se...
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