Cavaco Silva perdeu hoje mais oportunidade de se afirmar como Presidente de todos os portugueses, coisa que, na realidade, nunca lhe terá passado pela cabeça ser. Em vez de afirmar que a Presidência da República é um orgão de soberania e como tal não faz greve, afirmando-se numa posição de equidistância face à greve geral e aproveitando para dar uma merecida lição a juízes e magistrados, Cavaco Silva, ao explicitar estava a trabalhar, optou por um dos lados em confronto. Digamos que é uma posição de governo, de executivo, que não potencia em nada o poder moderador constitucionalmente atribuído à Presidência da República e o papel político que poderia desempenhar em situação de crise. Enfim... é o que temos, e apenas o que estranho é ver algumas personalidades que reputo respeitáveis e de perfil democraticamente impoluto apelarem sistematicamente a uma maior intervenção política do actual Presidente. Não devem estar bem a ver...
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