quinta-feira, setembro 08, 2011

"Políticos ocasionais" e ausência de liderança

Mário Soares não deixa de ter razão quando, usando as palavras do próprio Ministro das Finanças, apelida Vítor Gaspar de "político ocasional" - e o tempo não está para diletantismos. Mas acontece que tal nem seria tão grave se, tal como acontecia no governo anterior, para o bem e para o mal, existisse um primeiro ministro que efectivamente liderasse, que mostrasse de forma clara quem "mandava". No fundo, goste-se ou não, alguém com carisma e capacidade política suficientes para impor uma ideia de governação. Parece-me, pois, ser bem esse o problema fundamental, para além da real "ocasionalidade" de Vítor Gaspar: a não existência (so far...) no governo de um líder político que claramente se afirme, defina uma estratégia e imponha um rumo numa conjuntura de crise profunda para o país e de enormes dúvidas no horizonte. E pode ser que até me engane, mas Pedro Passos Coelho ainda não deu qualquer sinal de ser capaz de o fazer.  

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Não nutro por MS particular simpatia, pois recordo perfeitamente o que foram os governos da personagem em causa. Mas tenho de tirar o chapéu e estar integralmente de acordo com os comentários feitos ultimamente. MS já atingiu um estatuto em que não necessita de ser "politicamente correcto".
A referência ao ministro da saúde é brilhante:
"Não se pode entregar o Serviço Nacional de Saúde a um bom contabilista que diz 'vamos cortar, cortar, cortar'. Então e os doentes?"
Quanto ao PPC, está a revelar-se o que se esperava...um Sócrates de 2ª escolha...

JC disse...

Tenho grande consideração por Mário Soares. Considero-o um político de grande estatura e, para mim, o governo do Bloco Central chefiado por si e c/ Hernâni Lopes nas Finanças foi o melhor governo da democracia.
Cumprimentos