quarta-feira, setembro 07, 2011

O IVA do vinho

Ponto prévio: gosto muito de vinho e bebo vinho com regularidade. Mas tendo dito isto, acho não faz qualquer sentido manter o IVA do vinho num escalão reduzido (13%): já não "dá de comer a um milhão de portugueses", isto é, já não é o produto popular de antanho, que se vendia nas tabernas em "copos de três" ou em garrafões nas mercearias (esse papel, adaptado aos usos e costumes actuais, foi assumido pela cerveja, cujo IVA é de 23%) e é impossível fazer a separação entre o vinho produto de luxo e o vinho mais corrente, isto é, entre o Barca Velha e o Porta da Ravessa, como exemplos quase extremos.

Claro que os produtores irão ter dificuldades acrescidas para fazer escoar os seus produtos, o que até pode ser considerado injusto para um sector que é considerado - e bem - um caso de sucesso de reconversão. E a restauração lá terá que fazer um esforço no emagrecimento das margens especulativas que normalmente aplica ao vinho. Mas nas circunstâncias actuais ninguém está à espera de facilidades e, problema por problema, injustiça por injustiça, nem sequer me parece ser este um dos mais óbvios.

E agora, posto isto, vou anteceder o jantar com um "rosé" seco, bem adequado a este dia de canícula. Ah!, e comprado ainda com IVA reduzido, escusado acrescentar.

5 comentários:

pois disse...

"rosé"!.. baahhh

JC disse...

"Rosé" seco (nada tem a ver c/ o Mateus, por sinal até um vinho bem feito=. Excelentes vinhos de Verão, para aperitivo e conversa de jardim. Mais ainda: os melhores para acompanhar saladas à base de massas. Os portugueses, talvez por a referência de vinho "rosé" ser o Mateus, um vinho "adocicado", criaram um preconceito em relação à categoria. De qualquer modo, até o Mateus é um vinho interessante para acompanhar comida chinesa.

pois disse...

Acredito e aceito o preconceito mas reafirmo: "rosé"!.. baahhh - nem para lavar os copos

A Telles disse...

Rosé, muito bem, há-os cada vez melhores e os verdadeiros apreciadores de vinho sabem-no bem.
Quanto ao IVA, recordo-lhe apenas que tem tratamento fiscal favorável em todos os paises europeus grandes produtores.
Uma dura machadada numa fileira que tanto tem investido em tecnologia e qualidade.

JC disse...

Vai sem acentos: Sim, sei que tem tratamento fiscal favoravel, mas mto por razoes historicas. Em tempo de crise penso nao se justificarah. E penso o sector saberah encontrar modo de ultrapassar o problema.