Nos últimos anos, quando as questões de competitividade - ou falta dela - da economia portuguesa se tornaram mais evidentes, os problemas da Justiça e do seu mau (péssimo) funcionamento, até por via de uns tantos processos mediáticos nem sempre, contudo, exemplos claros desse mau funcionamento, começaram a ser comumente apontados - e bem - como um dos principais entraves ao investimento e, assim, ao incremento dessa mesma competitividade. Dominada a Justiça por algumas das suas corporações, com a Associação Sindical dos Juízes e o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público em lugar de destaque, quaisquer veleidades reformistas dos governos de José Sócrates nunca terão passado de intenções, se é que a tal chegaram. A prova? Todos nos lembramos do nome dos ministros tidos como reformistas que passaram pelos dois anteriores governos da República, e do modo como a sua actuação foi contestada: Correia de Campos, Mª de Lurdes Rodrigues e até o esforço do atabalhoado ministro Pinho quase deixa saudades. Alguém se lembra, sem pelo menos um pequeno esforço de memória, do nome dos titulares da pasta da Justiça? Talvez até sejam mais facilmente recordados - e pelas más razões, digo - os nomes de António Martins e João Palma, os todo-poderosos dirigentes das corporações do sector.
Entretanto o país tem um novo governo e com ele uma nova ministra, Paula Teixeira da Cruz. Existem compromissos assumidos no MoU, nesta área, e, para além disso, precisando desesperadamente o país de crescer, a prazo, para conseguir assumir os seus compromissos, seria normal que os cidadãos conhecessem a estratégia e os planos do governo nesta área-chave para o tal incremento da tal competitividade. Infelizmente, parece que a única coisa que mudou foi o titular do cargo. Com uma diferença: personagem mediática, todos lhe conhecemos o nome; mas, tal como o coronel Kadhafi, parece ausente em parte incerta. Onde está Wally?
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