quinta-feira, setembro 15, 2011

Notas sobre o jogo de ontem

1. Jogo muito táctico, como o são todos em que o empate serve as duas equipas. Interessante para quem gosta mesmo de "bola".
2. Inteligente a opção de Jorge Jesus ao colocar Amorim em campo para travar as habituais "subidas" de Evra e permitir cobrir as arrancadas de Maxi Pereira.
3. Quem fala em segunda equipa do United não deve ver os seus jogos todas as semanas. Eu vejo. Ora então, é assim:
  • O Man. United tem um conjunto de cerca de 18 jogadores que vão rodando. Só assim pode competir com eficácia da numa intensíssima Premiership, Champions League, Taça da Liga e FA Cup. Destes, normalmente apenas Rooney, Evra, o guarda redes (Van der Saar e agora David De Gea) e os centrais (Vidic e Ferdinand) costumam ter lugar assegurado. Portanto, tendo ontem jogado Evra e Rooney e estando os centrais habituais lesionados, apenas o guarda-redes se pode considerar uma segunda opção. E tendo em atenção o irregular início de época de De Gea, logo por azar nosso, como se viu.
  • Com Vidic e Ferdinand lesionados, Ferguson optou por Evans (o terceiro central da equipa que acaba por ser o segundo face às constantes lesões de Rio) e desviou Smalling (tem jogado à direita mas é um central de origem) para o meio entrando Fábio. Tudo normal.
  • Ferguson optou por uma meio-campo "de combate", com Park, Fletcher e Carrick. Nada que não seja habitual nos jogos fora mais complicados, até porque o recém chegado Clerverley está lesionado e Anderson, apesar da constância deste início de época, costuma ser um dos que roda.
  • Nos jogos que se antevêem mais difíceis, muito raramente o United joga com "dois pontas de lança". Ontem não foi excepção, daí a ausência de Welbeck e a não titularidade de Hernandez ou Owen. Giggs e Valência são dos que "rodam" com Nani, Berbatov (um 9 e 1/2), Ashley Young e Hernandez.
4. Irrita-me aquela gente que vai ao futebol há 50 anos e não percebe patavina do jogo. Estou cheio deles há minha volta. Querem exemplos?
  • Ontem, às tantas Javi Garcia agarra-se à bola ainda no seu meio-campo, em vez de a fazer circular, e acaba por a perder para um adversário - talvez com falta - dando origem a um contra-ataque perigoso do United. Em vez de protestarem com Javi por ter escolhido a opção errada, a maioria dos meus vizinhos optou por protestar com o árbitro por este não ter marcado uma eventual falta. Confesso que me irritei e mandei calar um deles, sugerindo transferisse os seus protestos para Javi Garcia.
  • A dois ou três minutos do fim, quando se pedia que a equipa "congelasse" o jogo, trocando a bola e atrasando-a para Artur (o empate era um bom resultado), a maioria dos meus vizinhos queria ver a equipa a atacar "à doida", tentando ganhar o jogo. Confesso a minha pouca paciência...
5. Carruagem do Metro muito política à saída: Pedro Adão e Silva, João Semedo e Honório Novo. A direita não anda de transportes públicos ou não é do "Glorioso"?

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Foi de facto um jogo muito táctico, diria até inteligente (se esta palavra não me causasse arrepios quando se fala de futebol).
O glorioso aplicou bem a táctica, e das poucas vezes em que falhou na concentração deu para apanhar alguns sustos (o golo do MU foi um deles).
Discordo quanto a Ruben Amorim. para mim foi dos piores em campo.
Aquela gente que gosta de ver o glorioso sempre a atacar (ou massacrar) parou um pouco no tempo é verdade. mais recentemente habituaram-se a goleadas na 1ª época de JJ, mas a equipa hoje não é a mesma. Gostei da forma como o MU troca a bola (quase que me faziam lembrar o Barcelona).
Um bom jogo, mas que acredito o glorioso poderia ter ganho...se não existissem as tais falhas de concentração.

Cumprimentos

JC disse...

Pq lhe causa arrepios se fale de inteligência no futebol? Estou em total desacordo.

Anónimo disse...

Por diversas razões. Vem-me à memória os comentadores "desportivos", os debates sobre futebol (que não vejo).

JC disse...

Pois, mas maus comentadores são maioritários nos "media", independentemente da actividade que comentam. Por razões de audiência, no futebol dominam os curiosos, que do desporto nada sabem. Por isso, dedicam-se a analisar os tais "lances polémicos", dispondo para o efeito de infinitas repetições em câmara lenta e de vários ângulos. Há algumas excepções, mas são poucas.