O discurso de posse de Cavaco Silva terá sido, como foi afirmado por Jerónimo Sousa, um discurso de líder de facção, neste caso do PSD? Indirectamente sim, já que é o partido ideologicamente mais próximo do actual Presidente da República e aquele em que se poderá apoiar nas actuais circunstâncias. Mas atenção: “em que se poderá apoiar”, o que é muito diferente de “que poderá apoiar” (nas suas naturais ambições de governo). De facto, o PSD sempre assumiu para Cavaco Silva um papel puramente instrumental, de partido "Iô Iô", para um projecto de poder que se centrou fundamentalmente nos seus (de Cavaco Silva) próprios interesses políticos. O discurso de ontem, reivindicando-se de um papel quase messiânico, de “provedor do descontentamento”, parece indiciar que nada de muito diferente do acontecido no passado poderá o PSD esperar do seu ex-presidente.
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