segunda-feira, março 21, 2011

A esquerda radical não aprende?

Jean-Luc Mélenchon, eurodeputado do GUE/NGL, candidato presidencial francês e copresidente do Parti de Gauche, que com os comunistas franceses faz parte da Frente de Esquerda, citado no “Arrastão”: “ A primeira questão que temos de nos colocar é a seguinte: há um processo revolucionário no Magreb e no Médio Oriente? Sim. Quem faz a revolução? O povo.”

Bom, que eu saiba, o que há é uma revolta contra os governos ditatoriais locais, no poder há já algumas décadas. Com umas vagas referências à liberdade, claro que sim e nada mais natural na circunstância, mas algo de muito contraditório e sem que existam forças e condições locais capazes de assumir um rumo democrático, muito menos um “processo revolucionário” no sentido que costuma ser atribuído ao termo pela esquerda radical europeia.

São tais revoltas positivas? Claro que sim: abrem uma janela de esperança. Mas daí até estarmos na presença de processos democráticos, ou muito menos “revolucionários”, vai uma enorme distância. Enfim, o voluntarismo desta gente recusa-se a aprender com os erros passados.

2 comentários:

Queirosiano disse...

Há que dar o desconto. O Mélenchon é um ressabiado do PS francês e entrou numa espiral alucinada que não desmereceria dos bons tempos do gonçalvismo. É apenas uma personagem colorida que pouca gente toma a sério. Tem de fazer barulho com regularidade para não ser esquecido.
Suponho que lhe ocorrerão outros exemplos comparáveis...

Cumprimentos

JC disse...

Obrigado pelo esclarecimento, Queirosiano, já que desconhecia o personagem. Mas o que é grave é a n/ esquerda radical dar importância a tais opiniões. Enfim...