Mª de Fátima Bravo - "Vocês Sabem Lá"
(Nóbrega e Sousa-Jerónimo Bragança)
Simone de Oliveira - "Sol de Inverno"
(Nóbrega e Sousa-Jerónimo Bragança)
Convém notar, no entanto, que tal como existia boa "música ligeira" no mundo antes do advento do "rock and roll", isso também acontecia por cá - embora raramente, acrescente-se. Mas também verdade se diga que o movimento Ié-Ié pouca coisa digna de nota e qualidade produziu aqui pelo rectângulo, apesar do esforço de alguns pioneiros: o país era pobre e o material era caro, a classe média urbana – mercado preferencial - quase não existia, o regime era ditatorial e conservador e a nova música considerada batuque de “pretos” e cultura de marginais, fonte das piores preversões. Não havia um circuito de bares e espectáculos de música ao vivo e a impossibilidade de profissionalização não permitia o desenvolvimento das capacidades que alguns poderiam evidenciar. Tudo se reduzia às festas e bailes de finalistas, gratuitamente ou mediante magra compensação. E nas gravações, a falta de qualidade em comparação com a concorrência da música de origem anglo-saxónica e francesa ainda emagrecia mais o mercado.
Na chamada música ligeira, de entretenimento, o caso era diferente: existia a Emissora Nacional, estação oficial do regime, vivendo do orçamento de um Estado a quem interessava esse tipo de música mais em consonância com os valores conservadores a promover e com o mercado tradicional, ainda muito marcado pela ruralidade. E os “Serões Para Trabalhadores” da FNAT, o circuito da emigração e, depois, os espectáculos para os soldados asseguravam a sobrevivência de autores e intérpretes. Por isso mesmo, à sombra da E.N. e do seu Centro de Preparação de Artistas da Rádio (o nosso Actor’s Studio) acabaram por surgir uma plêiade de compositores e intérpretes variados, na sua grande maioria também de qualidade inferior mas que – alguns deles - iriam estar na base, fruto da estratégia habitual do PCP de se infiltrar nas estruturas do regime, de um certo movimento de renovação da "música ligeira" portuguesa no final da década de 60, centrado nos “Festivais TV da Canção” e num certo movimento de renovação da “Revista à Portuguesa”, talvez o seu último fôlego.
Convém, no entanto, assinalar que já antes desse movimento de renovação ter tido lugar se tinha produzido algo do melhor que a "música ligeira" portuguesa, de entretenimento, nos tinha legado no pós-guerra, por razões conjunturais injustamente esquecido e remetido para o baú das velharias imprestáveis do chamado “nacional-cançonetismo”, já que estava “fora” e “contra a corrente” do que “estava a dar”: o Ié-Ié, o nascimento de novas formas de música popular – com base do fado de Coimbra - e o tal “movimento de renovação da música ligeira”. Estou a referir-me a Nóbrega e Sousa – com uma carreira longa e muito irregular - que, em parceria com Jerónimo Bragança, foi autor de dois dos melhores temas que a música ligeira portuguesa alguma vez nos legou: “Vocês Sabem Lá”, gravado por Maria de Fátima Bravo, e “Sol de Inverno”, apresentado por Simone de Oliveira no Festival RTP da Canção de 1965.
Na chamada música ligeira, de entretenimento, o caso era diferente: existia a Emissora Nacional, estação oficial do regime, vivendo do orçamento de um Estado a quem interessava esse tipo de música mais em consonância com os valores conservadores a promover e com o mercado tradicional, ainda muito marcado pela ruralidade. E os “Serões Para Trabalhadores” da FNAT, o circuito da emigração e, depois, os espectáculos para os soldados asseguravam a sobrevivência de autores e intérpretes. Por isso mesmo, à sombra da E.N. e do seu Centro de Preparação de Artistas da Rádio (o nosso Actor’s Studio) acabaram por surgir uma plêiade de compositores e intérpretes variados, na sua grande maioria também de qualidade inferior mas que – alguns deles - iriam estar na base, fruto da estratégia habitual do PCP de se infiltrar nas estruturas do regime, de um certo movimento de renovação da "música ligeira" portuguesa no final da década de 60, centrado nos “Festivais TV da Canção” e num certo movimento de renovação da “Revista à Portuguesa”, talvez o seu último fôlego.
Convém, no entanto, assinalar que já antes desse movimento de renovação ter tido lugar se tinha produzido algo do melhor que a "música ligeira" portuguesa, de entretenimento, nos tinha legado no pós-guerra, por razões conjunturais injustamente esquecido e remetido para o baú das velharias imprestáveis do chamado “nacional-cançonetismo”, já que estava “fora” e “contra a corrente” do que “estava a dar”: o Ié-Ié, o nascimento de novas formas de música popular – com base do fado de Coimbra - e o tal “movimento de renovação da música ligeira”. Estou a referir-me a Nóbrega e Sousa – com uma carreira longa e muito irregular - que, em parceria com Jerónimo Bragança, foi autor de dois dos melhores temas que a música ligeira portuguesa alguma vez nos legou: “Vocês Sabem Lá”, gravado por Maria de Fátima Bravo, e “Sol de Inverno”, apresentado por Simone de Oliveira no Festival RTP da Canção de 1965.
1 comentário:
gosto da forma como ela canta,e no brasilde hoje não são todas as vozes que acalma pacientes.Eu tenho 1 coalogo ,2 AVC e tenho 3 tronbose celebral, no inicio perdir alguns movimento direito,isto inclui a coordenação direita.mais antes ja te admirava por seo belo exemplo de carater.e da mulher que vc é jesus seja contgo, ( esta carta e para a grande pessoa SIMONE A VERDADEIRA VOZ DO BRASIL. )
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