Escrito e publicado neste blog a a 20 de Fevereiro de 2008.
"...Isto, porque é difícil compreender (sem aceitar, esclareça-se) Fídel e a sua ditadura – e o apoio que ainda conseguirá entre o povo cubano – sem perceber o que era a Cuba de Fulgêncio Baptista (mais tarde hóspede da ditadura de Salazar), de “Lucky” Luciano e dos negócios da Mafia (do jogo e da prostituição), a República Dominicana de Rafael Trujillo, as ditaduras sul-americanas e, mais tarde, a Guerra Fria, a crise dos mísseis e a Baía dos Porcos. Foi este o “caldo de cultura” que forjou Fídel e os da Sierra Maestra; foi este caldo de cultura, em conjunto com o exercício totalitário do poder, que forjou o anacronismo actual que é Cuba.
Ainda uma nota adicional: a RTP2 passou recentemente um excelente documentário (salvo erro, em duas partes) sobre as intervenções de Cuba em África durante as lutas pela independência das antigas colónias europeias - e mesmo depois disso. Trata-se de "Cuba, Une Odyssée Africaine", uma co-produção anglo-francesa. É também uma importante contribuição para melhor se compreender a ditadura cubana, pelo menos numa das suas vertentes.
Já agora, seria também muito interessante e uma contribuição inestimável para o mesmo tema se a televisão pública (ou outra qualquer) se dispusesse a produzir algo sobre os acontecimentos de 27 de Maio de 1977 em Angola, onde a intervenção cubana foi decisiva. Digo-o sem esperança, claro, pois os negócios actualmente em curso seguramente o não permitem."
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