Segundo a última sondagem da "Católica" (CESAP), que ainda só vi de relance, 77% dos inquiridos consideram o governo "mau" ou "muito mau", mas apesar disso 61% acham nenhum partido da oposição faria melhor. 60% opinam a actual estratégia não vai desenvolver o país ou torná-lo mais competitivo e o PSD sobe mesmo quatro pontos percentuais nas intenções de voto, enquanto o PS se mantém nos 31% e CDS, PCP e BE descem. Claro que em função destes números não existe uma opinião francamente favorável à demissão do governo, sendo que apenas 45% (contra 46%) a defendem. Nem sequer o Presidente da República, que a si próprio se define como "provedor dos portugueses" e instituição muitas vezes vista como uma espécie de válvula de escape do sistema político, escapa a uma avaliação negativa.
Comentário. É a uma situação de bloqueio que a ideologia e estrutura políticas actualmente dominantes no seio UE estão a conduzir o país - e muitos outros Estados europeus, acrescente-se: uma sociedade sem esperança, descrente e um sistema político bloqueado, sem alternativas, situação que aliena todos os valores positivos das sociedades abertas e democráticas, as suas capacidades para se regenerarem e reformarem. E todos sabemos o que acontece aos recipientes sob pressão que não encontram a sua válvula de escape: tendem a encontrar uma saída à força, de forma violenta, explodindo ou gerando o caos.
1 comentário:
"E todos sabemos o que acontece aos recipientes sob pressão que não encontram a sua válvula de escape: tendem a encontrar uma saída à força, de forma violenta, explodindo ou gerando o caos."
Sintese perfeita e lúcida.
Apenas falta saber quando...mas já estivemos mais longe.
Cada vez mais o regime partidário está esgotado, a classe politica descredibilizada (por culpa própria), o sustentaculo da democracia (classe média) está a ser dizimado...e neste sistema a solução é muito dificil.
Estão criadas todas as condições para o aparecimento de palhaços (mal menor) ou de um outro tipo com bigode trapezoidal.
(Valha-nos o glorioso para atenuar, ainda que por pouco tempo, a queda no abismo).
Cumprimentos
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