Não é só a independência que está em causa com a proliferação de comentadores/políticos nas televisões, o que, em certa medida (uma medida que se restringe ao chamado "bloco central"), até poderia ser equilibrado com recurso a personalidades de vários partidos. O problema é que, enquanto políticos, esses soit disant "comentadores" têm uma agenda política própria e, por isso mesmo, muito mais do que tentarem fazer compreender aos portugueses a situação, o passado e presente de Portugal e do mundo, mesmo que naturalmente condicionada pela ideologia que perfilham, interessa-lhes "fazer política" e, assim, limitam-se, no seu próprio interesse, a tentar debitar um ou dois "soundbites" por programa de modo a entrarem facilmente "no ouvido" e serem replicados e reproduzidos nos jornais e telejornais do dia seguinte. Como este apelo aos comentadores/políticos tem na sua base a luta sem quartel pelas audiências e estas são mais facilmente conquistáveis pelo espectáculo e pelo número de menções (ao estilo "Facebook" ou "Twitter") do que pela inteligência, interesse e conteúdo das intervenções, está criada um tempestade mais ou menos perfeita. Sugiro faça como eu: não oiça. Felizmente, ainda existem nas rádios, jornais e televisões jornalistas e académicos cujos comentários são suficientemente interessantes para valerem o nosso tempo.
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