Sou, por princípio, contrário a qualquer coligação ou acordo de governo entre o PS e os partidos ditos à sua esquerda, PCP e Bloco de Esquerda, pelos menos enquanto estes mantiveram a ideologia e comportamento políticos que os têm caracterizado. Separam o PS de PCP e BE concepções de sociedade e democracia que, salvo em condições muito, mas muito excepcionais, me parecem inultrapassáveis. O mesmo já não direi de acordos autárquicos, a nível local, com ou sem partilha de executivos camarários, desde que baseados em condições muito específicas e com objectivos bem definidos. E é em função destas diferenças que me parece despropositado ser a direcção nacional do PS a vir a terreiro propor, publicamente e com grande alarde, alguns acordos autárquicos a PCP e Bloco, sendo minha opinião que, embora tais iniciativas e discussões devessem ser sempre sujeitos a controle e aprovação da direcção nacional, elas deveriam partir e ser tratadas a nível local, em função dos problemas e condições específicas de cada concelho ou freguesia. Assim, ao optar por esta metodologia, parece-me estar a direcção do PS mais interessada em tentar mostrar uma imagem "de esquerda", para alguns sectores dentro e fora do partido, do que em genuinamente tentar constituir uma alternativa aos partidos à sua direita em algumas autarquias onde tal possa fazer sentido. Digamos que esta proposta do PS, nos moldes em que foi apresentada, me parece pouco séria ou, como bem afirma o PCP - que às vezes até tem razão -, nada mais que um "fait divers".
1 comentário:
Devem ser cartas de amor, concerteza.
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