Já aqui o disse e vou repeti-lo, agora com razões acrescidas: não tendo eu nenhuma objecção de fundo quanto à privatização da RTP, não me parece existirem neste momento, face ao caso das "secretas e à fragilidade do ministro da tutela, condições para que esse processo se desenrole sem que sobre ele venham a recair suspeições de vária ordem. A troca de palavras entre o ministro Miguel Relvas e alguns deputados da oposição, hoje, na Assembleia da República, e as nada veladas e pouco dignas de um governante acusações do ministro ao grupo Impresa ("se quisesse que os meus sábados fossem mais tranquilos era parar o processo de privatização da RTP. Teria os sábados com menos ataques, menos críticas") apenas vêm reforçar o que digo. Continuar com um processo, neste momento e nestas condições, quase desde o princípio inquinado e que nada contém de essencial para o país, não é uma questão de ideologia, mas apenas uma pura e simples teimosia, uma ausência de tacto político e uma fuga para a frente do ministro Relvas que poderá vir a custar bem caro ao governo e até talvez ao país. O primeiro-ministro ainda não ter percebido tal coisa é que é preocupante e revelador da (in)capacidade de quem nos governa.
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