Terminada - e bem - a distinção entre atletas amadores e profissionais, enterrado o conceito aristocrático de "sportsman" que lhe deu origem e o espírito olímpico novecentista nascido dos nacionalismos e das subsequentes guerras da segunda metade do século XIX e início do século XX, e existindo campeonatos mundiais, continentais ou provas de referência para a maioria dos desportos de repercussão mundial, não faz qualquer sentido continuem a existir Jogos Olímpicos com o perfil dos que actualmente se disputam de quatro em quatro anos. No fundo, trata-se apenas de uma oportunidade para alguns desportos menores alcançarem alguma notoriedade mediática graças às provas de atletismo, as únicas que, hoje em dia, conseguem audiências televisivas capazes de se bater com as grandes competições de futebol, ténis, rugby, ciclismo, automobilismo e pouco mais. Por isso mesmo, penso os Jogos Olímpicos terão, não os dias, mas os anos contados por não demasiados dedos.
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