Tenho estima pelo bispo Januário Torgal Ferreira, um homem inteligente, culto e desde sempre socialmente atento. Sobre o que disse - e tendo total direito à palavra - tendo razão em muitas coisas (em outras "assim-assim"), pecou por algum populismo e exagero no tom utilizado, o que não é muito apreciado "cá por casa". Mas o que me espanta mesmo é ver alguma esquerda mais radical, em tempos sempre muito preocupada com o modo como os membros do clero católico se serviam da sua posição para defenderem posições políticas, normalmente à "direita", sair agora tão diligentemente em defesa do bispo D. Januário, igualmente livre de expressar as suas legítimas opiniões, desta vez tidas como de "esquerda". E, claro, ver agora também o lado direito do espectro político vir criticar, directa ou veladamente, o bispo das Forças Armadas. "Mudam-se os tempos"...
Sejamos claros: têm todo o direito padres, clérigos, bispos, cardeais e arcebispos, enquanto cidadãos, de expressarem as suas opiniões políticas, quaisquer que elas sejam, desde que conformes às leis de Constituição da República. E até pode o cardeal D. José Policarpo abençoar e dar uns gritos pelo seu Sporting, que eu, como benfiquista ateu, até nem me preocupo nada com isso.
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