Pelo que já me foi dado ver, esta greve geral, suscitando a indiferença ou uma compreensão distanciada da maioria dos portugueses e afectando apenas áreas muito circunscritas da economia e do país, arrisca a transformar-se num "boomerang", tornando-se arma de arremesso político nas mãos daquele contra o qual foi decretada - o governo - e voltando-se contra os seus promotores, fragilizando-os e isolando-os. Nada que não se esperasse, claro, por isso me interrogando qual a sua utilidade. E não vale a pena a CGTP invocar as dificuldades de mobilização, pois também tal era mais do que expectável. Não ter tido em conta essas dificuldades, isto é, não ter levado em consideração as condições concretas do momento, chamava-se em tempos "aventureirismo", e o PCP, o verdadeiro promotor desta greve, sempre foi dele feroz crítico. Mudam-se os tempos...
Entre uma greve geral aventureira e um pacto social capitulacionista, assim vai o movimento sindical em Portugal... Depois queixem-se.
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