segunda-feira, março 26, 2012

PS: um silêncio ensurdecedor

Apetece-me colocar aqui um daqueles contadores de dias e horas do inenarrável Rui Santos com a seguinte frase:

Já passaram quase 24 horas desde que Pedro Passos Coelho propôs ao PS a introdução de um limite ao endividamento na Constituição e António José Seguro ainda não respondeu com um rotundo e definitivo "NÃO". 

É pouco tempo? Dada a natureza do assunto e da pergunta acho até demasiado. Pelo contrário, onde se deveria ter colocado de imediato à disposição do PSD e do governo para negociar - na indispensável reforma da organização administrativa do território - o "NÃO" foi célere. Sabemos porquê, mas assim vai (muito mal) o Partido Socialista.

2 comentários:

Vic disse...

Meu caro, é preciso não esquecer que o PS faz parte do espectro do poder. Acha sinceramente que, muitos dos "lobos" que rodeiam o Seguro o iriam deixar tomar uma posição delas, sabendo que, mais dia menos dia, estarão no poder e veriam assim os seus interesses pessoais cerceados com uma medida desse tipo?
Para Seguro, que até posso admitir, estivesse de acordo coma medida, nunca tomaria uma posição pessoal, ou o seu futuro à frente do PS seria de imediato posto em causa.
Abraço

JC disse...

O problema é que Seguro chegou a secretário-geral do PS não pelas suas ideias políticas (que desconheço quais sejam), mas levado ao colo pelas concelhias e distritais do partido. E não parece ter coragem e visão políticas para delas se demarcar. Mas com PPC o problema é idêntico; só que está obrigado pela "troika" à reforma da administração do território. Mesmo assim, já recuou na questão dos concelhos e reordenar freguesias sem fazer o mesmo com os concelhos faz pouco ou nenhum sentido. Mas a questão do limite ao endividamento é uma questão ideológica de princípio, e, como tal, aí Seguro já se deveria ter pronunciado. Só que, com esta estratégia o PS está a tornar-se uma irrelevância. Pura e simplesmente, não existe.