quinta-feira, março 22, 2012

A PSP e a Plataforma 15 de Outubro

Já não é a primeira vez que a PSP oferece de mão beijada à Plataforma 15 de Outubro aquilo que esta parece tão afanosamente procurar. Já devia também ter chegado a altura desta mesma PSP saber resolver situações como a de hoje com maior grau de profissionalismo, evitando o triste espectáculo gratuitamente oferecido e de caminho respeitando quem, simpatizante ou não dos manifestantes, exerce no local a sua profissão. É isso que se tem de exigir a quem compete manter a ordem num estado civilizado e democrático. 

7 comentários:

Tiago disse...

Não estive na manifestação, apenas vi imagens, repetidamente, de actos de violência por parte da PSP contra pessoas que estavam "à mão".

Não compreendo a brandura com que se tratam os agentes que cometem estes actos, nem com os responsáveis políticos que dão as ordens para optar por este tratamento.

Quem vai a uma manifestação vai exercer o seu legítimo direito de protestar, alguns em silêncio, outros gritando e agitando o ambiente. E apesar de haver profissionais "da coisa", a larga maioria dos cidadãos não treina nem estuda procedimentos adequados para manifestações.

Ao contrário destes, oa agentes têm treino específico e sabem o que fazem.

Por tudo isto, responder com violência a uma situação não violenta, nem ameaçadora da ordem pública - é uma manifestação, é suposto haver pessoas exaltadas - revela uma de duas coisas: ordens directas para dispersar as pessoas abusando dos direitos e deveres da PSP, ou descontrolo da situação por parte das chefias directas que estão no comando dos agentes.

Qualquer uma merecedora de (violenta) reprovação democrática!

Mas vamos tendo apenas (mais) fugazes comentários. Com a revolta que estes actos originam, temo que este caminho acabe em coisas bem mais graves, para todos os envolvidos!

Anónimo disse...

A coisa vai-se compondo...um dia, e não faltará muito, será como na Grécia. Em todos os sentidos.

JC disse...

Ora vamos lá ver...
1. Ao contrário do que acontece, p. ex., c/ as manifs da CGTP, PCP, etc, que são pacíficas e ordeiras, estas manifs de grupos radicais como os "indignados", "Movimento 15 de Outubro", etc, procuram quase sempre o confronto com as polícias, pois vivem da notoriedade e das consequências que esse confronto proporciona. A de ontem tb de pacífica teve pouco (lançamento de ovos, etc), e foi sempre procurada pelos manifestantes a intervenção policial.
2. Tendo dito isto, a PSP caiu no engodo e acabou por fazer o jogo dos manifestantes, ao actuar c/ pouco profissionalismo e recorrendo a força desproporcionada, dando um triste espectáculo terceiro-mundista e de desrespeito democrático. Deve rever urgentemente os seus métodos.
Cumprimentos

Tiago disse...

Certo, certo JC, mas nem nos países mais civilizados atirar ovos, etc é considerado um acto pouco pacífico...quanto muito é um acto porco, chato de limpar, etc...mas são ossos do ofício.

Vic disse...

Oh Tiago, tem lá paciência, queria ver-te a levar com ovos e cadeiras da Brasileira para ver se reagias com um sorriso nos lábios

JC disse...

Sendo amigo do Tiago, estou certo ele não se iria rir e ficaria f...... Mas a PSP não é o Tiago, é um corpo de polícia profissional treinado para manter a ordem pública e como tal deveria ter conseguido dominar os acontecimentos c/ maior contenção e profissionalismo. Assim, ofereceu aos manifestantes do "15 de Outubro" o que eles sempre procuram: confusão, alguma violência e destaque nas TVs.
Abraço e bom fds

Tiago disse...

Meu caro VdeAlmeida, a questão que se coloca é profissional, como JC refere e bem.

Da mesma maneira que um enfermeiro tem de saber lidar com doentes que se sujam a eles e o próprio hospital, ou um enfermeiro de um manicómio tem de tratar dos seus doentes, por vezes com ataques descontrolados, ou um empregado de bar tem de saber lidar com clientes bêbados e violentos, ou ainda mais próximo deste universo, um steward de futebol tem de saber lidar com adeptos encolerizados, um agente da brigada anti-motim da PSP tem de saber lidar com "ovos e etc" - "comes with the job".

Em qualquer dos casos, existem procedimentos, estudados e praticados em treino, e apenas em caso de ordem superior ou perigo de vida para o próprio pode este último utilizar a força como elemento dissuasor.

O que refiro é que, não tendo estado presente na manifestação, não me parece que tenha havido uma alteração da ordem pública que seja justificadora do uso da força e violência.

E esta é a essência do que considero ser uma violação grave dos direitos e deveres da PSP - a nossa força policial e quem é responsável pela manutenção da paz nas nossas cidades.

Tudo o resto é folclore e conteúdo para os media, sobejamente comentado e sem grande importância relativa quando comparada com esta última.

A possibilidade de ser eu a levar com ovos e cadeiras da Brasileira é retórica, porque eu não sou agente da PSP - se fosse, teria de saber lidar com esse facto ou não deveria estar nessa força policial.

Cump