segunda-feira, março 05, 2012

Pobre "Álvaro"

Duas constatações a propósito dos problemas enfrentados por Álvaro Santos Pereira enquanto ministro da Economia e de mais não sei o quê:

  1. O populismo acaba sempre por se voltar contra os que o fomentam, ou, tal como nos filmes de "série B", a criatura acaba sempre por devorar o criador. O super-ministério presidido pelo "ministro Álvaro" foi criado, num arremedo de populismo mal amanhado, por Pedro Passos Coelho, como resposta ao "povo da SIC" que acha que "os políticos são todos uns malandros" e nada mais fazem do que gastar o "dinheiro do povo". Agora, e na prática, já engoliu o ministro e vai causando danos visíveis ao seu criador. Para evitar males maiores, Passos Coelho vai oferendo-o em holocausto lento com a ajuda dos comentadores de serviço, ao mesmo tempo que se deixa aprisionar por Gaspar. Começo a pensar que já vi este filme em qualquer lado, aí pelos idos anos 20 e 30 do século passado.
  2. Álvaro Santos Pereira, muito mais do que o homem errado (o que fica por saber-se), está no sítio errado no momento errado. É ministro da Economia quando não há dinheiro nem negócios para as empresas, dos Transportes quando é preciso "cortar" na oferta e aumentar os preços, das Obras Públicas quando elas não existem e do Emprego numa economia em recessão e que destrói postos de trabalho ao mesmo ritmo que o Chelsea muda de treinadores. Pôs-se a jeito? Claro, foi inábil com aquelas histórias do "Álvaro" e dos "pastéis de nata", mas, que raio, não passam de faits divers", embora "Álvaro" tivesse obrigação de saber do que a casa gasta, isto é, que é disso que se alimentam os "media" num país pouco letrado e dominado pelo pensamento instantâneo "basta juntar água".

6 comentários:

Tiago disse...

Bom JC como nos habituaste! Acrescentava apenas que é também um resultado de uma falta de estratégia política governamental para o Ministério respectivo, e uma péssima assessoria de comunicação geral (já o disseste antes) do mesmo governo na apresentação de argumentos que justifiquem os actos contínuos de esvaziamento de competências ao ministro.
É caso para perguntar o que andam os super-assessores a fazer?

JC disse...

Pois, o problema é quando os governantes são deixados à solta ou acham que podem prescindir dos assessores de comunicação. Como são medíocres, estendem-se ao comprido. é que Mários Soares não nascem todos os dias...e, infelizmente, tb não vivem para sempre.

Anónimo disse...

Caro JC

O Álvaro (como gosta que o tratem) pôs-se a geito. A ambição de chegar ao poder era grande... O mundo dos académicos (e ignoro se ele é bom ou mau enquanto académico) não tem nada a ver com o mundo real. A arrogância demonstrada de "chico esperto". Enfim um cocktail explosivo que não deixa saudades. Pode regressar à universidade para contar mais umas histórias a imberbes universitários. De castigo...mandava-o um pouco mais para cima de vancouver...algures para um iglo no polo norte.

Cumprimentos

JC disse...

É fácil bater no "Álvaro". Claro que se pôs a jeito, mas acho nada tem de arrogante ou de "chico esperto". Se o tivesse, teria agido de outra maneira. Inexperiência política qb (mas não estão sempre a querer "independentes" nos governos?)e, como disse, estava no sítio errado no momento errado.

ié-ié disse...

Já começo a ter pena do hómi...

LT

JC disse...

Tb não é caso para tanto. Já sabia ao que ia, é adulto e pode sempre carregar no botão do "off".