Nos últimos seis jogos com o FCP, se não estou em erro, o SLB sofreu quinze golos, o que dá exactamente a média de 2.5 por jogo. Nos três desses jogos disputados em "casa", em dois deles sofreu três golos e no outro dois. Até aqui, e nas provas que ambos disputaram nestas duas épocas, nunca o SLB conseguiu vantagem sobre este seu adversário.
Na fase de grupos da Champions League da época passada (2010/2011) sofreu doze golos, uma média de dois por jogo: foi eliminado. Já na fase de grupos deste ano sofreu apenas quatro, ou seja, um terço dos sofridos na época anterior na mesma competição; foi o primeiro classificado do seu grupo.
Verifica-se assim que, contra equipas mais competitivas, sofrer poucos golos é fundamental para conquistar títulos ou seguir em frente. A pergunta que fica é: porque sofre então o SLB tantos golos? Quanto a mim, por duas ordens de razões:
- O SLB joga preferencialmente num modelo de transições muito rápidas, privilegiando a profundidade de jogo e os "raids" individuais em desfavor da progressão em trocas de bola e jogo mais apoiado. Este modelo de jogo, espectacular e normalmente bastante eficaz em termos ofensivos, tem contudo como contraponto o contribuir para descompensar e desequilibrar mais facilmente a equipa nas transições defensivas, já que obriga os jogadores e percorrerem grandes espaços e a afastarem-se assim, mais facilmente, as suas posições-base, desmontando a estrutura colectiva. Fácil de entender: se a equipa ataca em bloco, fazendo circular a bola com os sectores mais juntos e os jogadores mantendo basicamente as suas posições no terreno, torna-se mais fácil, uma vez a bola perdida, defender com eficácia. Não gostando eu do modelo de jogo do Barça, é por isso que vemos esta equipa recuperar tão rapidamente (e tão à frente) a bola quando a perde.
- O modelo perfilhado pelo SLB, para se manterem, tanto quanto possível, os equilíbrios, obriga a jogar com um "pivot" posicional e de características essencialmente defensivas (Javi Garcia), sem perfil de construtor de jogo, necessitando por isso a equipa de sair a jogar pelos flancos através do adiantamento dos laterais (por vezes também com "jogo directo"). Ora esse adiantamento dos laterais abre espaços nas alas e obriga Javi a dobrá-los com frequência, destapando por sua vez o meio. Na época passada, com a equipa já desequilibrada na sua constituição, isso era fatal. Este ano, felizmente, há Witsel (a jogar melhor ou pior, é fundamental), o que minora, mas ainda assim não resolve totalmente o problema.
Perguntarão: "como resolver então o problema?" Bom, não sou treinador de futebol, mas devo dizer desde já que este é, para o bem e para o mal, o modelo de jogo desde que Jorge Jesus chegou ao SLB, e um modelo de jogo é algo estrutural, que tem que ver com as ideias de um treinador e por isso não se muda de jogo para jogo, e talvez nem mesmo de época para época. Fazem-se ajustamentos, como esta época com Witsel, mas talvez ouse dizer, falando desses ajustamentos, que talvez se justifique mais vezes a entrada de um jogador como Matic, muito mais um "8" do que o "6" posicional em que Jorge Jesus o parece querer transformar. E, claro, um jogador com tantas falhas defensivas como Emerson também não ajuda nada.
2 comentários:
ó diabo, 2,5 golos por jogo em 6 jogos dá 15 golos!!! são 15 golos ou 2 golos por jogo?
depois eu é que não sei fazer as contas...
JJ
A média está certa, mas o total foram 15 golos sofridos. Obrigado pelo reparo.
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