Sabendo que será quase impossível obter uma maioria absoluta em próximas eleições legislativas, que alianças com o PCP e o BE estão, felizmente, fora de questão e que as condições nunca serão de molde a permitir um governo minoritário, o PS definiu o seu objectivo: voltar ao governo em coligação com o PSD, quer após as próximas legislativas, quer antes dessas eleições através de um governo tripartido (com PSD e CDS) por iniciativa do Presidente da República. É este objectivo, tanto ou mais do que o facto de ter assinado o MoU, que enreda o partido numa teia, obrigando-o a uma estratégia de quase colagem à chamada ala cristã-democrata do PSD e de não hostilização de Cavaco Silva, assim dificultando a afirmação por António José Seguro de uma linha política autónoma e distintiva que o fortaleça e ao partido.
O paradoxo é que é também essa dificuldade em definir e assumir uma linha política e ideológica autónoma que irá dificultar a vitória ou a obtenção de um resultado positivo nas eleições de 2015, afastando o PS do poder. Como dizia o velho Vasco Santana no "Pátio das Cantigas", "cruel dilema"!
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