Tudo é demasiado sórdido no caso do assassinato de Carlos Castro. O que ele escrevia, sobre quem escrevia e onde o escrevia; o modo despudorado como expunha a sua vida pessoal – no que, aliás, nada o distinguia do pseudo-“beautiful people” sobre o qual escrevia; a gente que o rodeava e o “meio” onde se movimentava; a relação que mantinha com alguém com idade para ser seu neto; o modo como foi barbaramente assassinado; a exploração mediática subsequente; o que se escreve nas caixas de comentários; a homofobia à solta como se Portugal e o mundo não estivessem prenhes de crimes passionais tão ou mais violentos em relações heterossexuais; o aproveitamento oportunista que alguma (felizmente, nem toda) comunidade LGBT faz do caso, quase como se Castro fosse herói nacional; a transformação de um prostituto com prováveis problemas do foro psicológico em jovem vítima às mãos de um “velho depravado”. País de tristes, este! Provinciano e triste...
8 comentários:
Ora nem mais, caro JC, toda a razão! E a maior culpa, de quem é? Pois claro, da imprensa, toda ela, com destaque para a televisiva.
Caro JC
Subscrevo. Chamarem jornalista ao CC ? Nem de sarjeta.
Temos a imprensa que merecemos, os politicos que merecemos. Com esta gente não será de esperar garnde coisa. Concordo com um analista americano, citado pelo "El Economista" que diz que "Portugal é um país condenado à morte".
Cumprimentos
Portugal não é um país condenado à morte. Nunca, no passado,existiram tantos portugueses bem sucedidos a nível mundial e c/ padrões de qualidade tão elevados. Nunca se viveu tão bem em Portugal e nunca uma maioria dos portugueses foram tão qualificados. Claro que existem problemas graves; mas tb nunca Portugal este tão bem apetrechado para os ultrapassar, independentemente deste ou de outro governo. E acho, sim, que os "media" têm sérias responsabilidades num certo ambiente derrotista dominante na opinião publicada.
É um facto (não uso aqui o novo acordo ortográfico, para não confundir factos com fatos) que a quantidade de portugueses bem sucedidos a nivel mundial é grande (e isso é motivo de regozijo)...são os emigrantes de luxo. Qualquer português com valor, e isso observa-se cada vez mais nos jovens, procuro o sucesso e o reconhecimento do seu valor onde ele existe. Lá fora. Se não é um país condenado à morte (talvez seja uma sentença demasiado rude) será um país condenado à miséria. As desigualdades sociais são cada vez maiores, a injustiça social é gritante (e não é só culpa dos "media") e o triunfo (dos valores) só é possivel no lamaçal da corrupção, compadrio e "boys". Quando as instituições que deveriam funcionar, cito a titulo de exemplo a justiça, não funcionam, o futuro não é brilhante.
O mundo mudou (pode ser um cliché, mas é uma realidade) e as estruturas em que nos apoiamos estão caducas e insensiveis à mudança a expectativa de progresso é nula.
Seremos um país cada vez mais pobre - como diz Medina Carreira - e quer se goste ou não do seu estilo, algo "truculento", a verdade dos factos tem vindo a confirmar o caminho para onde nos têm conduzido.
Pobretes...e agora já nem alegretes.
Cumprimentos
"Facto" continua a ser "facto" no novo acordo ortográfico, caro anónimo.
Pela parte final do texto até parece que só em "países" como Portugal é que ocorrem situações deste género
Tenho consideração pelo blog e pelo autor, mas até parece que o JC tem vergonha de ser português (nem que seja 1/2, 1/4 ou ainda menos :) )
Inclusive quando refere no seu perfil que a decisão do seu avô o "condenou a um longo e penoso exílio neste país onde nasci".
Todos os países tem aspectos positivos e negativos, mas não poderemos generalizar nem poderemos ter vergonha de sermos portugueses porque alguns indíviduos não são perfeitos
Caro GPS:Claro que existem casos destes em mtºs países (até mais do que em Portugal). Mas este passa-se aqui e por isso expresso a minha tristeza s/ o seu enquadramento e modo como é, genericamente, comentado. E, como pode ler no texto, digo numa passagem que casos assim violentos acontecem c/ frequência em Portugal e no mundo. E quanto ao facto de ser português (a minha família paterna é de origem estrangeira), não tenho vergonha nem orgulho em termos gerais. Orgulho-me de ceetas coisas e envergonho-me de outras. Genericamente, e em termos médios, não há muito do qual os portugueses se orgulharem. Em termos médios, Portugal é ainda um país provinciano, pouco civilizado e c/ gente c/ mentalidade tacanha e invejosa. Pessimista!Felizmente progrediu muito nos últimos 40 anos, mas tem ainda mtº caminho para andar. Confio que o faça, já que nunca teve tantas possibilidades p/ isso acontecer.
Cumprimentos
mas temps por acaso impresa em PORTUGAL? um grupo delambe BOtas sim! Mas tao da recta FINAL.
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