O título do “Prós & Contras” de hoje (“Portugal vai conseguir escapar ao FMI?”) é bem sintomático de como o sensacionalismo impregnou tudo e (quase)todos, tomando também conta do “serviço público de televisão”. Em primeiro lugar, trata-se uma instituição internacional como o FMI como se fosse um qualquer monstro do cinema de Jack Arnold a cujas “garras” seja necessário escapar a qualquer preço, em luta pela vida: não sendo eu um incondicional da sua intervenção nem dos que vai para o alto da serra da Estrela clamar pela sua chegada, as suas intervenções anteriores em Portugal mostram que não será bem assim. Depois, duvido muito alguém possa, com um grau razoável de certeza, responder à pergunta formulada numa realidade europeia em evolução constante. Por último, não se trata de saber se Portugal vai ou não conseguir “escapar”, mas sim de conhecer contornos de uma eventual intervenção; vantagens e desvantagens de recorrer a ajuda externa; do que, eventualmente, possa vir a determinar o recurso a essa ajuda; no caso de ela vir a ser necessária, quais as condições que poderemos esperar; se a decisão será essencialmente motivada por questões de carácter económico ou político; que implicações a sua intervenção (ou não intervenção) poderia ter na situação política interna e na UE, etc, etc. Enfim, o que seria necessário era uma discussão séria sobre o assunto, algo que, mesmo sem conhecer ainda os convidados, por certo dificilmente poderemos esperar.
2 comentários:
Porque se calhar a massa tinha que ser bem governada.
Coisa que por cá, só as nossas Mães e Avós (e não todas) sabem fazer!
Os nossos governantes não sabem governar mas sabem-se governar.
A diferença que um "se" faz!
Mas enganei-me!Felizmente!Veja, pf, o Twitter e o meu "post" seguinte.
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