segunda-feira, janeiro 24, 2011

Noite eleitoral: Cavaco e Passos Coelho, dois discursos nos antípodas

  1. Já o disse nos 140 caracteres do “twitter”: Cavaco Silva fez um discurso de vitória igual a si próprio, traçando o seu verdadeiro auto-retrato: mesquinho, vingativo, pequenino e sem qualquer vislumbre (muito menos rasgo) de grandeza ou sentido de Estado. De inchado auto-elogio, messiânico e apelando à delação, neste ponto se esquecendo do episódio das escutas e do “seu” Fernando Lima. Era assim há trinta e tal anos, quando meu professor de Finanças Públicas, o que prova depois dos trinta dificilmente alguém muda.

    Foi um discurso de um presidente cuja força vem do “povo”? Diria que bem mais do Zé Povinho, também ele desconfiado, provinciano, invejoso, sem horizontes e sempre pronto a tirar desforço, à sacholada, do vizinho por qualquer razão de águas ou de ramada de árvore de fruto.

  2. Nos antípodas o discurso de Passos Coelho: equilibrado, de Estado, salientando a separação de poderes e o domínio do legislativo e do executivo na arquitetura constitucional portuguesa. Colocando “água na fervura” de quaisquer veleidades “caudilhistas” de uma parte do eleitorado de direita. Claro que é a atitude que lhe convém, neste momento, mas, francamente, parece-me seria muito injusto considerar que foi só isso e não algo que resulta de uma posição política estruturada.

3 comentários:

pois disse...

Excelente a sua leitura, meu caro. Pena é que não seja sempre assim tão claro.

Cumprimentos

JC disse...

Mtº obrigado, mas nem sempre a inspiração é total. Ah! e o seu conceito de excelência é diferente quando se trata do FCP! Se calhar, tb o meu quando está em causa o "glorioso"

pois disse...

pois