Uma informação para Pedro Passos Coelho, a quem parece os justos elogios ao seu discurso na noite das eleições presidenciais terão feito mal:
- São já os cidadãos com menos recursos que beneficiam do “passe social”, principalmente dos mais caros por residirem maioritariamente nas áreas suburbanas. Mais ainda numa conjuntura em que os combustíveis são caros, sendo os que ganham menos os primeiros a optar pelo transporte público. Os restantes, com maiores rendimentos, deslocam-se de carro.
- O “passe social” funciona também como um desconto ao utilizador intensivo, fomentando a utilização de transportes públicos com todos os benefícios daí inerentes em termos de ambiente e mobilidade urbana, principalmente nos acessos às cidades de Lisboa e Porto. Penalizar quem deles faz utilização diária vai, pois, ao arrepio da tendência de todas as políticas adoptadas hoje em dia nessas áreas.
- Onerar ou limitar a concessão de “passe social” significa reduzir salários a quem a eles (“passes sociais” deixa de ter acesso, como se de um taxa ou imposto adicional se tratasse. Ou, em compensação, “forçar” as entidades empregadoras a aumentar a respectiva massa salarial, inflacionando custos. Em nenhum dos casos me parece a ocasião mais propícia. Nem acho tal esteja em linha com as soluções de menos impostos e menores custos salariais que o PSD tem defendido como políticas suas.
- Por último, mas não menos importante, resta o “salsifré” que se iria gerar com a proposta ligação entre a concessão do “passe social” e a “declaração de rendimentos”. Como iria fazer? Considerar a existência de escalões? Nem quero bem imaginar o que tal seria...
4 comentários:
Caro JC
O "bem falante" PPC é um poço de ideias ocas (alguem sabe dizer o que tem feito na vida para além da profissão politico ?), e esta ideia dos passes sociais é peregrina. Mudar de Sócrates para PCC, que venha o diabo e escolha. E depois digam que não entendem o que se está a passar no egito.
Cumprimentos
Já tive maiores preconceitos contra os políticos profissionais. Hoje, nem por isso: uma boa parte dos grandes políticos do sec.XX foram políticos profissionais. Churchill, por exemplo. E Mário Soares, aqui no rectâgulo
Caro JC
A questão terá a ver com o profissionalismo e qualidade dos profissionais (da politica). Mantenho fortes reservas quanto à qualidade do PPC.
Sim, o problema é mesmo o da qualidade.
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