Ora vamos lá tentar fazer um resumo, um género de “wrap up” do que por aqui tenho dito sobre o princípio de época do meu “glorioso”, focando agora, depois das causas próximas, as suas origens mais profundas.
Perante um equipa campeã nacional indiscutível, com princípios, processos, modelo e sistema de jogo bem definidos e bem sucedidos, considerada a que melhor futebol tinha praticado aqui no “rectângulo”, que deveria Jorge Jesus, enquanto treinador e, mais do que isso, gestor da equipa, ter feito? Indiscutivelmente, mandariam as mais elementares regras da boa gestão mexer o menos possível na estrutura e processos da equipa, para isso, e conhecendo antecipadamente as saídas mais do que prováveis de Di Maria e Ramires, colmatando as ausências tendo na sua base essa mesma filosofia e objectivos de mexer o menos possível, e sempre pelo seguro, no que “estava bem”. Conseguido esse objectivo, ir criando outras alternativas de futuro nesses lugares e em outros (Aimar, por exemplo, já que Jara parece ser boa alternativa a Saviola) onde achasse isso pudesse vir a ser necessário. Ora nesse sentido, adiantar Coentrão (disse-o aqui) para o seu lugar de origem (já conhecia a equipa e os seus processos de jogo, apenas necessitando de pequenos ajustamentos pois ele e Di Maria, apesar de ambos desequilibradores, não são jogadores absolutamente idênticos), contratando um defesa esquerdo (sempre mais fácil e barato de encontrar do que um desequilibrador) e procurando uma alternativa a integrar gradualmente, seria sempre uma solução mais segura (Di Maria demorou três épocas a integra-se, convém lembrar) do que, não sendo o SLB o Madrid ou o Chelsea, ir buscar alguém de novo. Do mesmo modo que Amorim será sempre, no curto-prazo, a melhor e mais segura solução para preencher a vaga deixada em aberto por Ramires, o que não impede se procure uma outra solução mais adequada de futuro.
No caso do guarda-redes, sendo Quim um guarda-redes mediano e em fim de carreira, não constituindo Moreira e J. César opção consistente e tendo o Estádio da Luz, desde há anos, sido transformado num cemitério de jogadores para essa posição, mandaria a mesma filosofia que se encontrasse alguém indiscutível (também o disse aqui), experiente e com provas dadas (quando se falou em Marco Amelia, por exemplo, exultei...). Caso contrário seria melhor manter Quim e ir formando alguém...
Ok, pergunta-se, mas porque não agiu assim Jorge Jesus? A resposta é simples: porque Jorge Jesus, sendo um conhecedor do futebol e, no máximo, um bom treinador, está muito longe de ser um grande treinador, um treinador de excelência. Conhecendo o futebol português e tendo entendido como deve jogar o SLB, falta-lhe, contudo, dominar com segurança uma série de vertentes e princípios de gestão, psicologia, organização empresarial, recursos humanos, comunicação, etc, etc, absolutamente indispensáveis a um treinador de topo do futebol moderno. Assim sendo, depois de ter transformado Coentrão num excelente defesa-esquerdo, de ter potenciado o valor de Di Maria e ter transformado o SLB numa equipa ganhadora... deslumbrou-se e, ignorando a lei de Murphy e os seus próprios limites, julgou-se detentor da “pedra filosofal” do mundo do futebol, com capacidade para transformar em oiro tudo aquilo em que tocava fosse Gaitán num extremo ou Roberto Jimenez num guarda-redes de excelência. Teria competido a LFV uma palavra de bom senso (Rui Costa parece-me ter sido posto um pouco à margem de todo este processo), mas acontece que LFV, que nunca se fez notar pela sua capacidade para bem gerir desportivamente o clube, ter-se-á igualmente deslumbrado e dado carta branca ao treinador que, no fundo, literalmente o salvou quando estava à beira do abismo. Foi uma solução de risco, com demasiadas possibilidades de vir a correr mal em parte ou no seu todo. Podia correr mal e correu mesmo muito mal.
Agora, toca a apanhar os cacos e minimizar os prejuízos, tentando não corrigir erros com outros erros. Perdeu-se uma batalha importante, mas a guerra é ainda muito longa e vale a pena ser travada.
Perante um equipa campeã nacional indiscutível, com princípios, processos, modelo e sistema de jogo bem definidos e bem sucedidos, considerada a que melhor futebol tinha praticado aqui no “rectângulo”, que deveria Jorge Jesus, enquanto treinador e, mais do que isso, gestor da equipa, ter feito? Indiscutivelmente, mandariam as mais elementares regras da boa gestão mexer o menos possível na estrutura e processos da equipa, para isso, e conhecendo antecipadamente as saídas mais do que prováveis de Di Maria e Ramires, colmatando as ausências tendo na sua base essa mesma filosofia e objectivos de mexer o menos possível, e sempre pelo seguro, no que “estava bem”. Conseguido esse objectivo, ir criando outras alternativas de futuro nesses lugares e em outros (Aimar, por exemplo, já que Jara parece ser boa alternativa a Saviola) onde achasse isso pudesse vir a ser necessário. Ora nesse sentido, adiantar Coentrão (disse-o aqui) para o seu lugar de origem (já conhecia a equipa e os seus processos de jogo, apenas necessitando de pequenos ajustamentos pois ele e Di Maria, apesar de ambos desequilibradores, não são jogadores absolutamente idênticos), contratando um defesa esquerdo (sempre mais fácil e barato de encontrar do que um desequilibrador) e procurando uma alternativa a integrar gradualmente, seria sempre uma solução mais segura (Di Maria demorou três épocas a integra-se, convém lembrar) do que, não sendo o SLB o Madrid ou o Chelsea, ir buscar alguém de novo. Do mesmo modo que Amorim será sempre, no curto-prazo, a melhor e mais segura solução para preencher a vaga deixada em aberto por Ramires, o que não impede se procure uma outra solução mais adequada de futuro.
No caso do guarda-redes, sendo Quim um guarda-redes mediano e em fim de carreira, não constituindo Moreira e J. César opção consistente e tendo o Estádio da Luz, desde há anos, sido transformado num cemitério de jogadores para essa posição, mandaria a mesma filosofia que se encontrasse alguém indiscutível (também o disse aqui), experiente e com provas dadas (quando se falou em Marco Amelia, por exemplo, exultei...). Caso contrário seria melhor manter Quim e ir formando alguém...
Ok, pergunta-se, mas porque não agiu assim Jorge Jesus? A resposta é simples: porque Jorge Jesus, sendo um conhecedor do futebol e, no máximo, um bom treinador, está muito longe de ser um grande treinador, um treinador de excelência. Conhecendo o futebol português e tendo entendido como deve jogar o SLB, falta-lhe, contudo, dominar com segurança uma série de vertentes e princípios de gestão, psicologia, organização empresarial, recursos humanos, comunicação, etc, etc, absolutamente indispensáveis a um treinador de topo do futebol moderno. Assim sendo, depois de ter transformado Coentrão num excelente defesa-esquerdo, de ter potenciado o valor de Di Maria e ter transformado o SLB numa equipa ganhadora... deslumbrou-se e, ignorando a lei de Murphy e os seus próprios limites, julgou-se detentor da “pedra filosofal” do mundo do futebol, com capacidade para transformar em oiro tudo aquilo em que tocava fosse Gaitán num extremo ou Roberto Jimenez num guarda-redes de excelência. Teria competido a LFV uma palavra de bom senso (Rui Costa parece-me ter sido posto um pouco à margem de todo este processo), mas acontece que LFV, que nunca se fez notar pela sua capacidade para bem gerir desportivamente o clube, ter-se-á igualmente deslumbrado e dado carta branca ao treinador que, no fundo, literalmente o salvou quando estava à beira do abismo. Foi uma solução de risco, com demasiadas possibilidades de vir a correr mal em parte ou no seu todo. Podia correr mal e correu mesmo muito mal.
Agora, toca a apanhar os cacos e minimizar os prejuízos, tentando não corrigir erros com outros erros. Perdeu-se uma batalha importante, mas a guerra é ainda muito longa e vale a pena ser travada.
Sem comentários:
Enviar um comentário