Por demérito do PS e do governo de José Sócrates, mas também muito por mérito seu (apesar de alguns passos em falso – “tributo solídário”, “Conselho Superior da República” e, em parte, proposta de revisão constitucional – recentrou o debate nas questões políticas, afastou o excesso de conservadorismo e tenta dotar o seu partido de um corpo ideológico coerente e alternativo), Pedro Passos Coelho, desde há semanas, lidera as sondagens. Ora isto, que poderia parecer uma excelente notícia para o PSD, parece constituir agora o problema central de Pedro Passos Coelho, ao estilo, “que farei eu com esta espada”?! Expliquemo-nos...
Reconhecendo, pela sua experiência política, aqui e ali, alguma volatilidade ao eleitorado e calculando poder estar a atingir, em condições normais, o máximo a que pode ambicionar em intenções de voto, Passos Coelho sabe que tem agora pela frente a difícil tarefa de aguentar, sabe-se lá por quanto tempo, a liderança das sondagens contra um adversário resiliente como o é José Sócrates. Não querendo forçar a crise política - via moção de censura ou afim - por temer os seus custos eleitorais, restam a Pedro Passos Coelho duas alternativas que se não excluem: colocar a responsabilidade no Presidente da República, empurrando-o para a dissolução da AR (penso que perderá o seu tempo), e fazer “bluff” com o Governo ameaçando-o com uma falsa chantagem de quebra de apoio na discussão e aprovação do orçamento e/ou outras questões políticas essenciais e decisivas.
Foi em torno deste difícil equilíbrio que se moveu o discurso de ontem de Pedro Passos Coelho, no Pontal. Resta agora saber se o PS, ao aperceber-se do “bluff”, decide optar por uma posição de força obrigando o PSD a recuar ou, finalmente, a mostrar o seu jogo em eleições. Venha pois daí o orçamento...
Reconhecendo, pela sua experiência política, aqui e ali, alguma volatilidade ao eleitorado e calculando poder estar a atingir, em condições normais, o máximo a que pode ambicionar em intenções de voto, Passos Coelho sabe que tem agora pela frente a difícil tarefa de aguentar, sabe-se lá por quanto tempo, a liderança das sondagens contra um adversário resiliente como o é José Sócrates. Não querendo forçar a crise política - via moção de censura ou afim - por temer os seus custos eleitorais, restam a Pedro Passos Coelho duas alternativas que se não excluem: colocar a responsabilidade no Presidente da República, empurrando-o para a dissolução da AR (penso que perderá o seu tempo), e fazer “bluff” com o Governo ameaçando-o com uma falsa chantagem de quebra de apoio na discussão e aprovação do orçamento e/ou outras questões políticas essenciais e decisivas.
Foi em torno deste difícil equilíbrio que se moveu o discurso de ontem de Pedro Passos Coelho, no Pontal. Resta agora saber se o PS, ao aperceber-se do “bluff”, decide optar por uma posição de força obrigando o PSD a recuar ou, finalmente, a mostrar o seu jogo em eleições. Venha pois daí o orçamento...
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