Toda a polémica que envolveu a compra dos submarinos para a Armada Portuguesa e que está longe de estar terminada, o seu preço (mais de mil milhões de euros) e o “déficit” de percepção existente na sociedade portuguesa sobre a sua efectiva utilidade, isto num país que se debate com profunda crise económica, uma dívida externa elevada e um “déficit” público cujo controle vai exigir largos sacrifícios aos portugueses, deveriam ser suficientes para levar o vice-almirante Vieira Matias, ex-CEM da Armada, a usar de algum bom senso e discrição quando se refere a tal assunto, em vez de, no dia em que o primeiro dos dois submarinos chega a Lisboa, comportar-se qual criança que finalmente recebe o brinquedo tão longamente desejado. Não lhe fica bem, não confere dignidade à Marinha Portuguesa, nem tão pouco responde de modo eficaz (antes pelo contrário) às dúvidas levantadas por muitos e diferenciados sectores da sociedade sobre a utilidade de tal compra.
Mas, infelizmente, bom senso e discrição, para já não falar de inteligência política, atributo, talvez injustamente, raramente concedido aos militares, são características que parecem não se coadunar muito bem com a personalidade do vice-almirante, como o demonstram as declarações, no mínimo infelizes e ideologicamente muito próximas da extrema-direita ultramontana e saudosa do Império, tecidas a propósito do passado militar do candidato presidencial Manuel Alegre e que deveriam ter merecido reprovação imediata de todos os que se reconhecem no 25 de Abril, na luta contra a ditadura e na democracia política plural.
Claro que não estando no activo, poderá o vice-almirante, tal como qualquer outro cidadão, exprimir as suas opiniões livremente – e ainda bem que assim é. Mas tendo em atenção o cargo de responsabilidade que ocupou na hierarquia militar, por nomeação política de governo e Presidente da República, talvez fosse avisado lembrar desde já a estes últimos a necessidade de um maior cuidado nas nomeações de sua responsabilidade. É que não é por nada, mas de almirantes sem o dom da oratória...
Mas, infelizmente, bom senso e discrição, para já não falar de inteligência política, atributo, talvez injustamente, raramente concedido aos militares, são características que parecem não se coadunar muito bem com a personalidade do vice-almirante, como o demonstram as declarações, no mínimo infelizes e ideologicamente muito próximas da extrema-direita ultramontana e saudosa do Império, tecidas a propósito do passado militar do candidato presidencial Manuel Alegre e que deveriam ter merecido reprovação imediata de todos os que se reconhecem no 25 de Abril, na luta contra a ditadura e na democracia política plural.
Claro que não estando no activo, poderá o vice-almirante, tal como qualquer outro cidadão, exprimir as suas opiniões livremente – e ainda bem que assim é. Mas tendo em atenção o cargo de responsabilidade que ocupou na hierarquia militar, por nomeação política de governo e Presidente da República, talvez fosse avisado lembrar desde já a estes últimos a necessidade de um maior cuidado nas nomeações de sua responsabilidade. É que não é por nada, mas de almirantes sem o dom da oratória...
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