Confesso o meu completo horror quando, nestes dias de trinta e muitos graus (principalmente nestes, mas também um pouco nos outros), passo à porta dos restaurantes populares (daqueles com a ementa escrita numa toalha de papel) e vejo o que se anuncia: desde choquinhos “en su tinta” a feijoada, entrecosto a “plumas” de porco preto (juro não sei o que seja), passando pelo cozido em dia certo da semana, o meu pensamento vai, de imediato, para o que aquelas almas trabalhadoras(?), as que vão ingerir tal coisa, serão capazes de fazer durante a tarde. Eu, confesso, seria incapaz de fazer o que quer que fosse, excepto sentar-me num sofá e esperar que o efeito passasse. Mas enfim, “cada um é como cada qual”, o que é frase reveladora de como o português tem o tamanho do coração na proporção inversa do rigor.
Mas como gosto de zelar pelo meu país e pela produtividade dos compatriotas que me calharam em sorte (é uma maneira de dizer...), e, uma vez mais, partindo da excelente qualidade do peixe aqui da costa, aqui vai uma dica, vinda dos trópicos sul-americanos, destinada aos almoços nestes dias de calor: “ceviche”, será que já ouviram falar? Peixe crú, marinado e comido frio, pois claro. E como sou pessoa condescendente, mesmo para os que têm necessidade de trabalhar tarde fora, recomendo acompanhem com um copo de um branco fresco, seco e aromático, talvez um “sauvignon blanc” dos Lavradores da Feitoria (encontra no Pão de Açúcar das Amoreiras) ou de um desses produtores neo-zelandeses que apareceram por aí agora com “sauvignons” de boa qualidade a preços convenientes.
Passando das palavras aos actos, aqui vai pois a receita. Muito fácil, como podem concluir...
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