sexta-feira, agosto 13, 2010

Incêndios: "media" e demagogia

Um bom exemplo do aproveitamento demagógico de alguns acontecimentos com características catastróficas feito pela comunicação social, através da extrema simplificação de uma realidade bem mais complexa, é a pergunta que o “Público” “on line” faz hoje aos seus leitores: “Acha que as Forças Armadas deveriam integrar a estrutura de prevenção e combate aos incêndios florestais?”

Claro que perante a tragédia, e num reflexo quase “pavloviano”, as respostas são esmagadoramente em favor do “sim”. Mas pergunta-se, mais a mais sabendo que, hoje em dia, as FA são constituídas por profissionais especializados e não mais por um enorme contingente de mancebos obrigatoriamente arregimentados: para fazer o quê? Integradas em que estrutura e obedecendo a que cadeia hierárquica? As FA têm algum corpo especializado que possa verdadeiramente ser útil nestas situações (prevenção e combate)? É possível e rentável treinar algum com esse fim? Por fim: é às FA que deve competir essa função ou, como parece já ter acontecido, só estariam lá para ver ou atrapalhar?

Haverá, com certeza, outras perguntas e questões associadas (estou longe de ser especialista no assunto), mas penso estas serão mais do que suficientes para provar a tese apresentada.

3 comentários:

ié-ié disse...

JC:

Tive hoje uma experiência interessante. Reacendeu-se o fogo perto de minha casa, em Pinheiro de Lafões.

Liguei para os Bombeiros de Oliveira de Frades que me disseram que os militares tinham comunicado minutos antes que estava tudo bem, mas que em todo o caso iam ver...

Apesar das chamas, fui ver: os militares estavam lá, já, a atacar o fogo.

Como tu dizes, os militares jão não são aqueles mancebos mal vestidos do nosso tempo. Agora são profissionais, soldados a sério.

Conversei com um deles. Disse-me que já andam nisto (dos incêndios) há umas semanas e que se sentem agora mais bem preparados.

"Olha este, por exemplo, andávamos no incêndio da Quintela, porque este estava bem, fomos abastecer de água e vimos a coluna de fumo daqui. A gente só obedece a ordens, mas para aqui nem foram precisas as ordens. Viémos logo, não precisámos de ninguém e se não tivéssemos vindo logo, não sei o que poderia ter acontecido".

Os militares apagaram o reacendimento e foram para outra. Os bombeiros nem chegaram a aparecer.

Isto para dizer que quem cá anda é que sabe.

Irritam-me os comentadores estivais e os políticos de ocasião que pavoneiam a sua ignorância na televisão, criticando tudo e todos, a torto e a direito. Sabem lá eles o que é um fogo florestal!!!

LT

ié-ié disse...

Esqueci-me de uma coisa que é importante assinalar: os Bombeiros de Oliveira de Frades são Voluntários.

LT

JC disse...

Obrigado pela tua informação, que acrescenta algo importante: de que modo e como podem intervir e ser integrados. Não basta perguntar se...