A mais do que justa indignação para com a arbitragem de Tom Henning Øvrebø no jogo de ontem (em 60 anos de vida e para aí uns 59 anos a ver futebol não me lembro de ter visto algo de semelhante num só jogo, pelo menos a este nível) está a lançar para segundo plano, para a penumbra, algo que deveria ser justamente realçado: a enorme lição de inteligência táctica, de futebol perfeito em todas as suas vertentes (táctica, física, técnica e atlética) oferecida a quem verdadeiramente gosta do jogo (e não de “futsal”) por um dos maiores treinadores da actualidade: Guus (lê-se “Russ”) Hiddink. É para ele, na tristeza da eliminação da sua equipa por circunstâncias que o ultrapassam e não estavam ao seu alcance controlar, que vai o meu muito obrigado por me ter dado a ver, nestes dois jogos (Mourinho que me desculpe), o melhor Chelsea de sempre.
Chelsea 1 - Barça 1 - Guus Hiddink flash interview
7 comentários:
A táctica do autocarro é, na sua opinião, parte integrante do melhor Chelsea de sempre ?
Bom, meu caro GPS, vamos por partes:
1. Talvez esteja a exagerar um pouco, admito, como reacção a um certo empolamento pró-barcelonista que por aí vai. De repente, em Portugal nasceram tantos "culés" como no Paseo de Gracia ou nas "Ramblas". O Chelsea do 1º ano de Mourinho equivale-se ao de Hiddink. Acho.
2. O "autocarro" de Camp Nou só revela a inteligência de Hiddink: dabendo dos 4-0 ao Bayern montou o esquema téctico necessário para sair do 1º jogo com um resultado positivo, sabendo que Drogba, Malouda e Kalou, mais o poder físico-atlético da equipa, lhe permitiriam jogar longo e forçar os erros de Abidal e aproveitar as costas de Daniel Alves. Saber defender é tb uma virtude e eu gosto de ver inteligência no jogo. Falta dessa inteligência mostrou o R. Madrid: foi goleado.
3. Não me parece que ontem o Chelsea tenha usado o "autocarro": como eu tinha previsto, defendeu c/ um bloco baixo, em 2 linhas, sabendo que as características dos seus jogadores e os pontos fracos do Barça lhe permitiriam jogar assim e ganhar, utilizando as tais bolas longas e os livres e cantos. Teve pouca posse de bola (propositadamente), mas controlou o jogo e teve as melhores oportunidades. Só não vai á final pq errou na finalização e, principalmente, foi vítima de uma arbitragem indecorosa.
4. E vai ver que o United não vai jogar de modo mtº diferente na final...
Cumprimentos
Boas!.
Mais que um autocarro, foi um comboio, um "cattenacio" à inglesa, em Barcelona e até em Londres enquanto a eliminatória estava a seu favor, mesmo jogando contra 10.
Quem assim joga mais se arrisca a sofrer um golo e a depender das contingências de um àrbitro norueguês alérgico a penalties, talvez devido aos pólens que, conjuntamente com o "fog" londrino, afectam a visão nesta época do ano.
Se dúvidas houvessem quanto à necessidade de um vídeo àrbitro ou sistema de "challenge" da equipa lesada em relação a decisões duvidosas, este jogo pode muito bem ser um "case study", para os
vaticanizados senhores da FIFA e da UEFA.
Um abraço
JR
Pois, meu caro, e se assim não tivesse jogado em Camp Nou ia para Londres jogar a feijões, com a eliminatória "arrumada"...
Quanto à utilização do vídeo,e para além dos problemas que aqui tenho colocado e V. terá lido, este é um caso que serve para exemplificar que de pouco ou nada serviria. Exceptuando talvez no caso da falta de Abidal (salvo erro)em que mesmo assim o árbitro poderia sempre alegar ter começado fora da área (ok, mas dou essa de barato!), todos os outros casos dependem mtº da interpretação e do julgamento do árbitro, já que nas leis do jogo só é contemplada a falta intencional. O resto são meras instruções da FIFA e UEFA e, vamos lá, jurisprudência - o modo como têm sido julgadas situações indênticas - quanto ao modo como deve ser penalizado quem joga a bola c/ os braços. O árbitro não marcou pq não quis marcar. Sabemos porquê...
Cumprimentos
Concordo com o caro JC quanto ao "catttenacio" em Barcelona, um exemplo para o Sr. Paulo Bento estar atento e aplicar na próxima vez em que venha a defrontar os "blaugrana", deixando finalmente cair o quadrado para um polígono irregular com um ror de vértices atrás ( já a estraégia que funcionou com o, agora promovido de bélico Condestável a Santo, Nuno Álvares Pereira e alguns arqueiros ingleses, em relação a castelhanos, não funciona contra catalães), única opção que pode deixar Messi e colegas numa autêntica "mess" e um pouco "flat", tivessem os defesas lagartos o requerido "panache".
Quanto ao vídeo árbitro, já não concordo tanto.
Já vi outros desportos, por exemplo no "american football" , decisões igualmente dependentes do critério do árbitro - v.g. agarrou ou arrancou antes do tempo, o pé pousou dentro ou fora em cima da linha etc. - serem corrigidas por recurso ao video decorrente do "challenge" da equipa lesada.
Como "le pouvoir arrête le pouvoir" julgo que o recurso a um outro elemento de juízo, o vídeo árbitro, potencia a verdade desportiva, até porque é verdadeiramente desumano pretender que um só árbitro, ou até a tríade, possam arvorar-se de um poder absoluto assente numa putativa visão omnisciente em todos os ângulos de visionamento que um rectângulo de aprox. 100 metros de comprimento exige, para além das inevitáveis barreiras dos intervenientes e do tempo infinitesimal em que ocorre o facto e a que a decisão urge.
Mais que uma tríade seria exigével uma Santíssima Trindade !
Se a tecnologia o permite porque não usá-la, em vez de exigir uma i omnisciência arvorada em poder absoluto de um ser humano para ajuizar uma verdade que as máquinas frias e objectivas (duplamente objectivas pois hverá que contar com a abertura ou velocidade do diafragma da objectiva) dão ?
Mas, ainda mais complicado que ajuizar objectivamente á ajuizar subjectivamente.
Muito me surpreende que o árbitro tenha que avaliar intenções, independentemento do dado objectivo.
Isso é exigir telepatia ou poderes mediúnicos para além da visão de águia (sempre suspeita para arbitrar o Benfica e outros aviários p.ex. Beira-Mar).
No caso do jogo londrino, um da fornada penalties que ficaram por marcar, foi quando um defesa catalão abriu os braços, não para dançar ou para rogar a graça divina, mas quando estava a ser ultrapassado pelo adversário e pela bola, cada um por "su sitio", sujeitando-se assim que a bola lhe batesse na mão, o que aconteceu.
Foi intencional ?
Só o próprio pode, querendo, confessar.
Quanto ao árbitro, se viu os braços a abrir e a bola a bater meles, "quid juris" ?
Houve dolo ? Foi uma "actio libera in causa" ? Foi uma "vis absoluta"?
Os tribunais levam uma década e fazem abater uma floresta de eucaliptos para poderem lavrar nos celulósicos, labirínticos e milhentos fólios do processo, uma decisão definitiva sobre uma "simples" coisa como esta.
Jogos como este, transforman-se assim num sortilégio de fortuna ou azar, em tudo dependentes da cornucúpia escondida no senhor de negro vestido.
Testemunho dessa cornucópia dá o caro JC ao dizer "... pq não quis marcar. Sabemos porquê."
Quando se sabe que o actual grão-mestre da UEFA, nascido gaulês, é muito avesso a clubes comprados por nababos endinheirados de fortunas colossais de origem pouco conhecida ( quem sabe se porque ainda não se sentiram atraídos a injectar "stamina" num qualquer mediano e vulgar clube francês) e porque, uma reedição de final entre os mesmos "les belles anglaises" ( esta fui plagiar algures a um excelente blog de um não menos excelentissimo e poliglota felino ) como se tratasse de uma reentrée para o palmatório, ou, como dizem os nosssos irmão brasileiros, tocar o dobrado, enfim, um pedido para bis numa só língua, que o gaulês pode não apreciar e sentir o seu poder a esvair-se como Lady Macbeth numa tragédia de Shakespeare na mesma língua, cosa só possível de "remédio" por uma nomeação de um quase desconhecido viking, descendente de antigos invasores da velha Albion, portanto dotado dos anti-corpos genéticos ideais, e ainda proveniente de àguas de cheirinho a bacalhau e turbas imensas que contrastando com o "cokney fog", dão uma verdadeira sinergia para uma visão turva capaz de transformar a Shakespeariana tragédia em "comédie française".
Cumprimentos.
JR
Concordo com o caro JC quanto ao "catttenacio" em Barcelona, um exemplo para o Sr. Paulo Bento estar atento e aplicar na próxima vez em que venha a defrontar os "blaugrana", deixando finalmente cair o quadrado para um polígono irregular com um ror de vértices atrás ( já a estraégia que funcionou com o, agora promovido de bélico Condestável a Santo, Nuno Álvares Pereira e alguns arqueiros ingleses, em relação a castelhanos, não funciona contra catalães), única opção que pode deixar Messi e colegas numa autêntica "mess" e um pouco "flat", tivessem os defesas lagartos o requerido "panache".
Quanto ao vídeo árbitro, já não concordo tanto.
Já vi outros desportos, por exemplo no "american football" , decisões igualmente dependentes do critério do árbitro - v.g. agarrou ou arrancou antes do tempo, o pé pousou dentro ou fora em cima da linha etc. - serem corrigidas por recurso ao video decorrente do "challenge" da equipa lesada.
Como "le pouvoir arrête le pouvoir" julgo que o recurso a um outro elemento de juízo, o vídeo árbitro, potencia a verdade desportiva, até porque é verdadeiramente desumano pretender que um só árbitro, ou até a tríade, possam arvorar-se de um poder absoluto assente numa putativa visão omnisciente em todos os ângulos de visionamento que um rectângulo de aprox. 100 metros de comprimento exige, para além das inevitáveis barreiras dos intervenientes e do tempo infinitesimal em que ocorre o facto e a que a decisão urge.
Mais que uma tríade seria exigével uma Santíssima Trindade !
Se a tecnologia o permite porque não usá-la, em vez de exigir uma i omnisciência arvorada em poder absoluto de um ser humano para ajuizar uma verdade que as máquinas frias e objectivas (duplamente objectivas pois hverá que contar com a abertura ou velocidade do diafragma da objectiva) dão ?
Mas, ainda mais complicado que ajuizar objectivamente á ajuizar subjectivamente.
Muito me surpreende que o árbitro tenha que avaliar intenções, independentemento do dado objectivo.
Isso é exigir telepatia ou poderes mediúnicos para além da visão de águia (sempre suspeita para arbitrar o Benfica e outros aviários p.ex. Beira-Mar).
No caso do jogo londrino, um da fornada penalties que ficaram por marcar, foi quando um defesa catalão abriu os braços, não para dançar ou para rogar a graça divina, mas quando estava a ser ultrapassado pelo adversário e pela bola, cada um por "su sitio", sujeitando-se assim que a bola lhe batesse na mão, o que aconteceu.
Foi intencional ?
Só o próprio pode, querendo, confessar.
Quanto ao árbitro, se viu os braços a abrir e a bola a bater meles, "quid juris" ?
Houve dolo ? Foi uma "actio libera in causa" ? Foi uma "vis absoluta"?
Os tribunais levam uma década e fazem abater uma floresta de eucaliptos para poderem lavrar nos celulósicos, labirínticos e milhentos fólios do processo, uma decisão definitiva sobre uma "simples" coisa como esta.
Jogos como este, transforman-se assim num sortilégio de fortuna ou azar, em tudo dependentes da cornucúpia escondida no senhor de negro vestido.
Testemunho dessa cornucópia dá o caro JC ao dizer "... pq não quis marcar. Sabemos porquê."
Quando se sabe que o actual grão-mestre da UEFA, nascido gaulês, é muito avesso a clubes comprados por nababos endinheirados de fortunas colossais de origem pouco conhecida ( quem sabe se porque ainda não se sentiram atraídos a injectar "stamina" num qualquer mediano e vulgar clube francês) e porque, uma reedição de final entre os mesmos "les belles anglaises" ( esta fui plagiar algures a um excelente blog de um não menos excelentissimo e poliglota felino ) como se tratasse de uma reentrée para o palmatório, ou, como dizem os nosssos irmão brasileiros, tocar o dobrado, enfim, um pedido para bis numa só língua, que o gaulês pode não apreciar e sentir o seu poder a esvair-se como Lady Macbeth numa tragédia de Shakespeare na mesma língua, cosa só possível de "remédio" por uma nomeação de um quase desconhecido viking, descendente de antigos invasores da velha Albion, portanto dotado dos anti-corpos genéticos ideais, e ainda proveniente de àguas de cheirinho a bacalhau e turbas imensas que contrastando com o "cokney fog", dão uma verdadeira sinergia para uma visão turva capaz de transformar a Shakespeariana tragédia em "comédie française".
Cumprimentos.
JR
Cumprimentos e obrigado. Sobre a utilização do vídeo devo dizer que o futebol americano, ou até o rugby, são jogos diferentes do soccer. Nada tenho contra a utilização de novas tecnologias, por exemplo "o hawk eye", mas o resurso a vídeo árbitro terá que ser mtº ponderado para não adulterar o ritmo, o espirito e a essência do jogo. Não me parece assim tão fácil como o Rui Santos quer! Ver http://eusouogatomaltes.blogspot.com/2009/03/rui-santos-e-o-recurso-as-novas.html e http://eusouogatomaltes.blogspot.com/2009/01/novas-tecnologias-e-arbitragem-os.html
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