De cada vez que se fala na adopção de um qualquer “dress code” o “Bloco de Esquerda” reage como vampiro que viu alhos, ou como qualquer cura de aldeia perante criança “possessa”, t‘arrenego Satanás. Ele foi na Loja do Cidadão de Faro e, no caso último de uma qualquer escola, o assunto chegou mesmo a assumir foros políticos que o levaram a ser debatido na Assembleia da República, tal como crime de lesa-pátria se tratasse e uma escola, dentro dos limites da legalidade, do bom senso e dos usos e costumes da época, não pudesse ter autonomia para determinar que alunas e alunos não se poderiam apresentar-se vestidos como quem vai para a praia, para um "rave-party", para um jogo de futebol ou curtir uma de sexo na boa. A escola não pode mesmo ser o lugar sisudo das minhas infância e adolescência, mas é um lugar de estudo e aprendizagem (também de aprendizagem dos códigos e valores da sociedade) que se deve querer ver reflectido num ambiente geral de descontração, sim, mas também de sobriedade e seriedade que favoreça, e não contribua para fazer esquecer, a prossecução do seu objectivo último. Também de convívio e socialização, mas este enquadrado, claro está, naqueles que são os seus valores básicos de preparação para uma vida que consagra direitos, mas também impõe regras e deveres. Códigos!
O mais estranho disto tudo é que se olharmos para a bancada no Bloco de Esquerda na Assembleia da República, e também para outros dos seus dirigentes excepção feita a alguns do sexo feminino, deparamos com aquilo que parece ser um “dress code” estrito e monocórdico: na ausência de gravata em qualquer situação; nas cores do vestuário sempre oscilando entre uns “beije” que parecem ter sido indevidamente adquiridos na máquina de lavar, uns verdes do tipo camuflado militar e uns castanhos e cinzentos um pouco desbotados que tingem uns fatos que parecem ter pertencido ao irmão mais gordo; naquele 2º botãozinho da camisa sempre apertado a sentir saudades do primeiro e da gravata que nunca usam. Daqui que se depreende facilmente que o problema do “Bloco” poderá não ser com os “dress codes”, com algumas práticas sociais que teimam em ser pouco libertárias, mas com a adopção de comportamentos diversos daquele que determinaram como sendo o seu estilo e gosto. Oficial, pois claro!
Bom, posto isso que mais posso dizer em jeito de moral da história, que todas elas a devem ter mesmo que não em jeito de fábula? Apenas isto: no dia em que eu vir na bancada do “Bloco” alguém vestido com o bom gosto inglês e aristocrático de um Paulo Portas, o “panache” europeu continental de José Sócrates, a sóbria elegância de executiva de Manuela Ferreira Leite ou o alegre contraste de gravata encarnada e fato azul escuro de Jerónimo de Sousa, ostentado com o orgulho da classe operária a que pertence, acho poderei finalmente acreditar que o “Bloco” optou pela pluralidade e não pelo monocromatismo, pelo campo libertário em vez do da moral repressiva e, para o partido, a questão dos “dress codes” passou finalmente do campo da religiosidade a algo tão mais comezinho como os usos e costumes de cada um. A acontecer, não deixarei de saudar tal evento, está bem de ver.
O mais estranho disto tudo é que se olharmos para a bancada no Bloco de Esquerda na Assembleia da República, e também para outros dos seus dirigentes excepção feita a alguns do sexo feminino, deparamos com aquilo que parece ser um “dress code” estrito e monocórdico: na ausência de gravata em qualquer situação; nas cores do vestuário sempre oscilando entre uns “beije” que parecem ter sido indevidamente adquiridos na máquina de lavar, uns verdes do tipo camuflado militar e uns castanhos e cinzentos um pouco desbotados que tingem uns fatos que parecem ter pertencido ao irmão mais gordo; naquele 2º botãozinho da camisa sempre apertado a sentir saudades do primeiro e da gravata que nunca usam. Daqui que se depreende facilmente que o problema do “Bloco” poderá não ser com os “dress codes”, com algumas práticas sociais que teimam em ser pouco libertárias, mas com a adopção de comportamentos diversos daquele que determinaram como sendo o seu estilo e gosto. Oficial, pois claro!
Bom, posto isso que mais posso dizer em jeito de moral da história, que todas elas a devem ter mesmo que não em jeito de fábula? Apenas isto: no dia em que eu vir na bancada do “Bloco” alguém vestido com o bom gosto inglês e aristocrático de um Paulo Portas, o “panache” europeu continental de José Sócrates, a sóbria elegância de executiva de Manuela Ferreira Leite ou o alegre contraste de gravata encarnada e fato azul escuro de Jerónimo de Sousa, ostentado com o orgulho da classe operária a que pertence, acho poderei finalmente acreditar que o “Bloco” optou pela pluralidade e não pelo monocromatismo, pelo campo libertário em vez do da moral repressiva e, para o partido, a questão dos “dress codes” passou finalmente do campo da religiosidade a algo tão mais comezinho como os usos e costumes de cada um. A acontecer, não deixarei de saudar tal evento, está bem de ver.
2 comentários:
CARO JC
Pode esperar sentado.
Não tenha muitas esperanças de ver o Louçã ou o Fazenda trajados com fazendas "burguesas", seguindo o "look" dos diversos pares do Parlamento ou até do Governo.
Ainda que sejam apelidados de "esquerda caviar", isso seria um pecado mortal, um comportamento desviante e reaccionário, um desconstrutivo travestismo burguês.
O respectivo "dress code" é outro, reside numa imesperada mescla de Trotsky, Enver Hoxha, Estaline e Lenine (Estaline mandou matar Trotsky), para quem o Parlamento e o Governo são apenas orgãos de um poder burguês, incompatível com o poder popular de que os ditos se assumem, na respectiva clarividência, como únicos e legítimos sumo-sacerdotes.
Ora, como o hábito faz o monje, é imperativo um "look" diferenciado para-lamentar, não vá o eleitor os confundir com social-democratas.
E, na falta de mais causas fracturantes ( o filão está a esgotar) atiram contra tudo o que se lhes cheire a conservador, disciplina, autoridade, não escapando sequer Escolas ou Lojas do Cidadão, no fundo, tudo o que tenha fardamentas, uniformes, "codes" ( tudo coisas que nunca existiram nos inspiradores paraísos comunistas onde se anteviam amanhãs que cantavam!).
Com os cumprimentos
JR
Tb não exageremos, caro JR!
Cumprimentos.
Enviar um comentário