Muito interessante a entrevista de José Silva Lopes e Jorge Santos à “Exame” sobre o problema dos salários e da produtividade em Portugal. Se o país perdeu competitividade face a um aumento de produtividade insuficiente para acompanhar os salários, e não pode corrigir o gap por via das taxas de câmbio, deve ou não proceder-se a um corte nos salários, sabendo que a muito baixa inflação não permite que essa correcção se efectue pela via tradicional de aumentar os salários muito abaixo da taxa de inflação? A não o fazer, será preferível arcar com o subsequente aumento do desemprego?
Digamos que ambas as alternativas estão longe de se revelar brilhantes, mas, independentemente das dificuldades políticas e de controle que um corte radical nos salários traria consigo, bem como das expectativas extremamente negativas que poderia gerar em tempo de crise tendendo a agravá-la, o corte nos salários, permitindo uma sobrevivência quase artificial de muitas unidades no tecido empresarial português, parece-me ser, por isso mesmo, uma solução imobilista, em nada contribuindo para a reconversão empresarial indispensável. Não existindo milagres (apesar de D. Nuno Álvares Pereira!...) a alternativa será um crescimento exponencial do desemprego? Claro, mas parece-me, apesar de tudo, politicamente mais gerível, porque estrutural e diferido no tempo (admito, contudo, estar enganado), e bem mais dinâmico pois dará a sua contribuição activa para essa mesma reconversão.
As alternativas estão colocadas: compete aos políticos decidir.
Digamos que ambas as alternativas estão longe de se revelar brilhantes, mas, independentemente das dificuldades políticas e de controle que um corte radical nos salários traria consigo, bem como das expectativas extremamente negativas que poderia gerar em tempo de crise tendendo a agravá-la, o corte nos salários, permitindo uma sobrevivência quase artificial de muitas unidades no tecido empresarial português, parece-me ser, por isso mesmo, uma solução imobilista, em nada contribuindo para a reconversão empresarial indispensável. Não existindo milagres (apesar de D. Nuno Álvares Pereira!...) a alternativa será um crescimento exponencial do desemprego? Claro, mas parece-me, apesar de tudo, politicamente mais gerível, porque estrutural e diferido no tempo (admito, contudo, estar enganado), e bem mais dinâmico pois dará a sua contribuição activa para essa mesma reconversão.
As alternativas estão colocadas: compete aos políticos decidir.
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