A menos de três semanas das eleições europeias, o debate sobre a Europa e questões internacionais tem sido aquele que se esperava: zero – ou perto disso. Nem a viagem do Presidente da República à Turquia serviu de oportunidade para que discutisse a hipotética adesão deste país à UE, os limites geográficos da União e a oportunidade o seu alargamento; a sua capacidade futura para absorver um país com um nível de desenvolvimento e um perfil cultural muito distantes da maioria dos actuais estados, etc. etc. Nem a actual crise, pano de fundo do pedido de adesão da Islândia e do aparente fortalecimento do europeísmo irlandês, esteve perto de proporcionar qualquer tipo de debate entre os candidatos sobre o aprofundamento político da União, a necessidade de aprovação do Tratado de Lisboa, a importância do euro. Se o ouvi – em relação ao euro - foi em discussões entre economistas independentes, às quais os candidatos se mantiveram alheios. Ah, lá escutei o deputado e candidato Rangel declarar-se federalista, o que muito me regozijou embora tenha faltado a explicação sobre o que por essa designação entende e quais as razões desta sua opção. É que federalista “a sério”, desde sempre assumido, com uma visão política consequente e de longa data sobre o que devem ser a Europa e a União, conheço um político neste país: chama-se Mário Soares e já foi Presidente da República.
Perante tal estado de coisas, lembrei-me daqueles que defendiam ser o referendo sobre o Tratado de Lisboa excelente ocasião e pretexto para se discutir a Europa. Estão agora ver o que efectivamente (não)queriam discutir, não estão?
Perante tal estado de coisas, lembrei-me daqueles que defendiam ser o referendo sobre o Tratado de Lisboa excelente ocasião e pretexto para se discutir a Europa. Estão agora ver o que efectivamente (não)queriam discutir, não estão?
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