Afinal parece que Manuela Ferreira Leite nada tem a opor à construção do novo aeroporto de Alcochete. É pena, pois se isso significa a sua adesão ao conceito “mega-cidade aeroportuária” (aguardam-se esclarecimentos), prova que, de facto, pese embora algumas afirmações avulsas “aqui e ali” de dirigentes do PSD (António Borges, por exemplo), não existe no partido a proposta de um verdadeiro modelo de desenvolvimento alternativo ao que, de uma maneira ou de outra, tem vindo a ser seguido e implementado desde os anos oitenta. É que, partindo do princípio que a ligação à rede ibérica (e não europeia, contrariamente ao que tem sido afirmado) do TGV é indispensável do ponto de vista político e de desenvolvimento peninsular integrado e que a ligação Lisboa-Porto é apenas um brinquedo de meia dúzia de milhares de milhões de euros oferecido em puro desperdício e holocausto ao lobby nortenho, o projecto da nova estrutura aeroportuária é aquele que melhor define e “recorta” um determinado modelo de desenvolvimento e de concorrência para Portugal no seio da Península. Um modelo errado, que nada tem a ver com uma análise rigorosa da situação real e concreta e, a partir dela, de uma estratégia que possa vir a ser bem sucedida. Um modelo para o qual o PSD parece não ter alternativa.
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