terça-feira, julho 15, 2008

Autarquias...

Hoje em dia, queixamo-nos frequentemente, e com razão, do esbanjamento dos dinheiros autárquicos em obras inúteis, pavilhões e rotundas, repuxos e “novas centralidades”. Mas tudo isso são consequências de um país que já foi pobre e carenciado, e de uma lógica autárquica moldada nos anos oitenta quando, por via dos fundos estruturais, se conseguiram finalmente edificar as obras básicas que a muitas autarquias faltavam, frequentemente de saneamento, de acessos, de novas casas que substituíram aquelas que os seus moradores associavam à pobreza endémica. Foi tudo isso que conduziu ao conceito de “obra feita” e definiu um arquétipo do autarca “fazedor” de obra tangível, moldando uma filosofia e uma cultura que permaneceram muito para além desse período e dessas necessidades. Que custa a ser alterado quando as necessidades são já bem outras.

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