Nunca fui um adepto de João Vieira Pinto. Sempre o achei um jogador sobreavaliado, levado ao colo que crítica futebolística indígena no seu reiterado papel de Dr. Frankenstein sempre na ânsia de criar novas criaturas. JVP pensava e executava mais rápido do que a maioria no campeonato português, mas essas eram características que já não fariam a diferença, por comparativamente atenuadas, nas ligas mais competitivas onde actuavam os melhores jogadores do mundo. Aí, onde essas qualidades conseguiam ser igualizadas por outros e onde só a habilidade natural não chega, o seu fraco poder físico-atlético, a sua fragilidade (em todos os aspectos), impediriam que estabelecesse a diferença de modo significativo. Acho que JVP sempre teve consciência disso, e depois de uma abortada experiência precoce na segunda equipa de Atlético de Madrid, por cá se deixou ficar, qual menino mimado da crítica e do “major”, sua mãe e pai adoptivos. Acresce que lhe faltava a mentalidade de um Figo ou de um Rui Costa, o profissionalismo e a seriedade competitiva de um Pedro Pauleta, o poder e a força de “antes quebrar que torcer” de um Fernando Couto, para só falar dos da sua geração, o que o aproximava mais de jogadores indisciplinados e com mentalidade provinciana da geração anterior, com percursos internacionais falhados saudosos da sardinha assada e do bacalhau com todos, (estou a lembrar-me de António Oliveira) do que do arquétipo do futebolista português bem sucedido da década de 90 do século XX. Por isso, não me deixa quaisquer saudades...
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