Sim, eu sei que a escassez e o preço elevado de um bem levam mais rapidamente à procura de um seu sucedâneo, muitas vezes trazendo consigo mudanças tecnológicas e de modo de vida. Foi assim na América do século XIX, em que a necessidade de mão-de-obra nas indústrias do Norte e da criação de um mercado para os seus produtos levou ao fim da escravatura. Sabemos também, desde Charles Darwin, que as espécies se adaptam à evolução do meio, só as mais aptas resistindo a essas mesmas modificações nas suas condições de existência. Também sabemos que o aumento do preço do petróleo e a sua previsível escassez tornam rentável a utilização de outro tipo de energias, dando origem a modificações significativas num mesmo modelo de desenvolvimento e até ao surgimento de outros. Ou, mais perto da nossa vida de todos os dias, a modificações nas fontes e no modo como se gera a energia.
Também sabemos, pelo menos todos aqueles que minimamente se interessam pelo modo como funciona um automóvel, que o motor de explosão, de êmbolos alternativos, é, com mais ou menos aperfeiçoamentos, uma tecnologia herdada do século XIX e que todas as tentativas de fazer mover automóveis de outro modo (turbina – a Rover fez em tempos uma experiência - , êmbolo rotativo – existiu um NSU e um Mazda, não me lembro se mais algum), mesmo que utilizando combustíveis fósseis, por uma ou outra razão, que desconheço, foram votadas ao fracasso. Mas confesso, confesso mesmo, que esta história dos automóveis eléctricos em Portugal, anunciada assim do “pé para a mão” pelo primeiro-ministro sem qualquer explicação sobre as questões técnicas que, até aqui, se levantavam aos projectos de automóvel movido a electricidade (não sou “esperto” no assunto, mas o peso e o carregamento das baterias, o espaço ocupado por estas, a autonomia, as “performances” e a praticidade eram questões ainda não resolvidas), sem qualquer ideia sobre preço, manutenção, mercado e por aí fora, mesmo que pela sua reduzida dimensão geográfica Portugal se preste bem a “país-teste”, parecem-me incluir uma boa dose de propaganda, bem a jeito do “choque tecnológico” ou, para ser mais simpático, apenas mais um exemplo para ilustrar o conceito “wishfull thinking”. Bom... mas longe de mim acusar por isso o governo... É que bem Portugal precisa de algum optimismo... Oxalá não morra é de overdose. E como, neste caso, estamos a falar de algo para daqui a poucos anos... espero cá estar para ver, sem precisar de repetir a conhecida história de Salazar pretender assistir à morte da tartaruga.
Também sabemos, pelo menos todos aqueles que minimamente se interessam pelo modo como funciona um automóvel, que o motor de explosão, de êmbolos alternativos, é, com mais ou menos aperfeiçoamentos, uma tecnologia herdada do século XIX e que todas as tentativas de fazer mover automóveis de outro modo (turbina – a Rover fez em tempos uma experiência - , êmbolo rotativo – existiu um NSU e um Mazda, não me lembro se mais algum), mesmo que utilizando combustíveis fósseis, por uma ou outra razão, que desconheço, foram votadas ao fracasso. Mas confesso, confesso mesmo, que esta história dos automóveis eléctricos em Portugal, anunciada assim do “pé para a mão” pelo primeiro-ministro sem qualquer explicação sobre as questões técnicas que, até aqui, se levantavam aos projectos de automóvel movido a electricidade (não sou “esperto” no assunto, mas o peso e o carregamento das baterias, o espaço ocupado por estas, a autonomia, as “performances” e a praticidade eram questões ainda não resolvidas), sem qualquer ideia sobre preço, manutenção, mercado e por aí fora, mesmo que pela sua reduzida dimensão geográfica Portugal se preste bem a “país-teste”, parecem-me incluir uma boa dose de propaganda, bem a jeito do “choque tecnológico” ou, para ser mais simpático, apenas mais um exemplo para ilustrar o conceito “wishfull thinking”. Bom... mas longe de mim acusar por isso o governo... É que bem Portugal precisa de algum optimismo... Oxalá não morra é de overdose. E como, neste caso, estamos a falar de algo para daqui a poucos anos... espero cá estar para ver, sem precisar de repetir a conhecida história de Salazar pretender assistir à morte da tartaruga.
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