Ontem, na “Quadratura do Círculo” (SIC–N), António Lobo Xavier manifestava-se contra a construção da linha de TGV Lisboa-Badajoz, e também contra todos aqueles que a defendem como estratégica, afirmando que a ligação por essa via à Europa era desnecessária pois ninguém se desloca para a Europa (para lá dos Pirinéus, entenda-se) utilizando o TGV. Teria razão se a questão fosse essa, mas não é. A questão é bem outra, a saber: numa época de crescente unificação e integração económica da península, com Madrid como centro irradiante, Lisboa ser a única grande cidade ibérica a ficar fora da rede, também ela IBÉRICA, de alta velocidade seria um erro que se pagaria bem caro. É exactamente por isso, por questões políticas e estratégicas que pouco têm que ver com a Europa e muito mais com o espaço peninsular, que esta é a única das grandes obras públicas que por aqui tenho vindo a defender, apesar dos estudos indicarem poder vir a não ser rentável. Já agora, do ponto de vista financeiro custa cerca de metade da ligação Lisboa-Porto, que poupará apenas ½ hora ao trajecto e politica e estrategicamente nada de essencial acrescenta.
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